sexta-feira, junho 29, 2012

Consumo de ácido fólico na gravidez diminui risco de autismo nos bebês

Estudo mostra novo benefício do ácido fólico, já considerado importante na gravidez

  • Estudo mostra novo benefício do ácido fólico, já considerado importante na gravidez
Idealmente, quando a mulher decide se preparar para engravidar, procura um obstetra com o intuito de preparar o corpo. Entre as diversas recomendações do médico, há a indicação de uma dieta rica em ácido fólico --mesmo antes da concepção. Uma pesquisa publicada no "American Journal of Clinical Nutrition" mostrou que as mulheres que consomem cerca de 600 microgramas diárias dessa substância têm maiores chances de proteger os filhos contra o autismo.

Entre 2003 e 2009, o estudo analisou as informações de 837 mães de filhos autistas entre dois e cinco anos. A pesquisa começou três meses antes das mulheres engravidarem e seguiu até o final da gestação. A quantidade e a frequência de ingestão do ácido fólico foram avaliadas em cada caso.

"O ácido fólico já é usado há muito tempo, mas nunca com essa finalidade. Esse trabalho nos mostra mais um benefício da vitamina durante a gestação", explica o ginecologista e obstetra, Domingos Mantelli Borges Filho. Segundo o médico, uma dieta rica em ácido fólico deve ser iniciada três meses antes da mulher engravidar e continuar até a 12ª semana de gestação.

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B presente em vegetais de folhas verde-escuras, tomate, aspargo, brócolis, além do fígado bovino, frutas cítricas e gema de ovo. Mas, normalmente, médicos prescrevem a vitamina para a gestante em forma de suplemento.

A ingestão dessa vitamina previne o fechamento precoce do tubo neural do bebê, evitando doenças como anencefalia e espinha bífida. O tubo neural desenvolve-se no primeiro mês de gestação e servirá para a formação do cérebro e da medula espinhal do bebê. Além disso, a ingestão da vitamina também contribui para a redução do risco de mal de Alzheimer, evitar doenças cardíacas e derrames, controla a hipertensão e contribuiu no tratamento de anemias.

'Vacina contra o cigarro' bloqueia a nicotina no cérebro de ratos


Fumantes poderão um dia ser imunizados contra a nicotina para que deixem de sentir prazer com o hábito, segundo pesquisadores nos Estados Unidos.

Os especialistas do Weill Cornell Medical College, em Nova York, criaram uma vacina que leva o organismo do vacinado a produzir anticorpo que atacam a nicotina.

O estudo, feito com ratos de laboratório e publicado na revista científica Science Translational Medicine, mostrou que os índices da nicotina no cérebro dos animais foram reduzidos em 85% após a vacinação.

Serão necessários anos de pesquisa antes que a vacina possa ser testada em humanos. Entretanto, o coordenador do estudo, Ronald Crystal, está convencido de que haverá benefícios.

"Parece-nos que a melhor forma de tratar a dependência crônica por nicotina associada ao fumo é ter esses anticorpos fazendo patrulha, limpando o sangue antes que a nicotina possa ter qualquer efeito biológico", ele disse.


Nova abordagem


Outras "vacinas contra o fumo", que treinam o sistema imunológico para produzir anticorpos que se acoplam à nicotina, foram desenvolvidas no passado. Esse é o mesmo método usado em vacinações contra doenças.

O desafio até agora tem sido conseguir produzir anticorpos suficientes para impedir que a droga entre no cérebro e produza a sensação de prazer.

Os cientistas do Weill Cornell Medical College, no entanto, usaram um caminho completamente diferente: eles optaram por criar uma vacina baseada em terapia genética que, segundo eles, é mais promissora.

Um vírus geneticamente modificado contendo instruções para a fabricação de anticorpos de nicotina é usado para infectar o fígado do vacinado. Isso transforma o órgão em uma fábrica desses anticorpos.

Após receber injeções de nicotina, ratos que haviam sido imunizados apresentaram 85% menos nicotina em seus cérebros do que um outro grupo de ratos que não havia sido vacinado.

Não se sabe se isso pode ser repetido em humanos ou se esse índice de redução seria suficiente para ajudar fumantes a abandonar o hábito.

Crystal disse que se tal vacina puder ser criada, "as pessoas saberão que se começarem a fumar novamente, não vão sentir prazer devido à vacina contra a nicotina e isso pode ajudá-las a abandonar o hábito".

"Temos muita esperança de que esse tipo de estratégia (de desenvolvimento da) vacina possa finalmente ajudar milhões de fumantes que tentaram parar, tentaram todos os métodos existentes no mercado hoje, mas sentem que a dependência por nicotina é tão grande que acaba derrotando todas essas abordagens atuais."


'Impressionante'


Também há questões relacionadas à segurança de terapias genéticas em humanos que precisarão ser respondidas.

Darren Griffin, professor de genética da University of Kent, na Inglaterra, disse que os resultados do estudo são "impressionantes e intrigantes, com grande potencial", mas avisou que ainda há muitas questões que precisam ser resolvidas.

Para ele, a questão principal é saber "se os efeitos bioquímicos nos ratos de laboratório se traduziriam em uma dependência reduzida em humanos, uma vez que essas dependências podem ser tanto físicas como psicológicas".

Simon Waddington, do University College London, disse: "A tecnologia em que se baseia a terapia genética está melhorando o tempo todo e é animador ver esses resultados preliminares sugerindo que (a terapia genética) poderia ser usada para resolver o problema da dependência por nicotina".

Se tal vacina fosse criada, poderia haver também questões éticas. Por exemplo, em relação à vacinação de pessoas na infância, antes de que começassem a fumar.

Tempo que grávida passa de pé afeta crescimento do feto, sugere estudo


Ficar de pé por longos períodos de tempo durante a gravidez pode impactar o crescimento do feto, apontam as conclusões de um estudo recém-divulgado.

Pesquisadores perceberam que mulheres que passavam a maior parte de sua jornada laboral de pé davam à luz a bebês cujas cabeças eram cerca de 1 cm menores do que a média.

Isso, porém, não afetou a saúde dos bebês pesquisados no parto.

A pesquisa, publicada no periódico Occupational and Environmental Medicine, acompanhou 4,6 mil mulheres durante a gravidez. Cerca de 40% delas eram profissionais que passavam cerca de 8 horas por dia de pé - por exemplo, cabeleireiras, vendedoras e babás.

O pesquisador-chefe Alex Burdof disse que "não é surpreendente que a cabeça (dos bebês) seja menor em grávidas que ficavam de pé, mas foi uma boa surpresa descobrir que a diferença é pequena - apenas 3% menor do que a média".

Não se sabe, porém, que efeito isso pode ter no crescimento das crianças após o nascimento. Para Tim Overton, do Royal College de Obstetrícia e Ginecologia, na Grã-Bretanha, "é difícil saber se essas descobertas têm relevância clínica. Para saber se o tamanho da cabeça tem um efeito no desenvolvimento neurológico da criança seria necessário acompanhá-las por muitos anos ao longo de seu crescimento".


Trabalho na gravidez


A pesquisa de Burdof também mostra que trabalhar durante 36 semanas de gravidez não teve nenhum impacto no peso, tamanho ou no nascimento dos bebês estudados.

Tampouco se observaram efeitos em mulheres cujo trabalho envolvia levantar coisas pesadas - ao contrário de outros estudos que sugerem que o esforço físico pode afetar gravidezes de forma indesejada.

Jenny Myers, do Centro de Saúde Materna e Fetal de Manchester, disse que o excesso de esforço físico na gravidez "pode ter um pequeno efeito no crescimento do feto, mas o impacto disso no desenvolvimento da criança é desconhecido".

Acredita-se que esforço físico altere o fluxo de sangue ao útero e à placenta, reduzindo o suprimento de oxigênio e nutrientes ao feto. Além disso, o ato de levantar peso e inclinar-se pode aumentar a pressão abdominal, algo que tende a favorecer um parto prematuro.


Ambiente de trabalho


Burdof admite que "as implicações da pesquisa não estão claras", mas que devem servir de argumento para as profissionais grávidas que trabalham muito tempo de pé pedirem mudanças no ambiente laboral.

"Se ela trabalha por muitas horas, deve pensar em pedir uma redução da jornada no último trimestre da gravidez", disse ele.

Gail Johnson, da Faculdade Real de Parteiras da Grã-Bretanha, afirmou que "grávidas precisam ter a segurança de que seu trabalho não vai aumentar o risco de problemas. Esta pesquisa abre uma boa oportunidade de discussão de questões laborais para essas mulheres".

O estudo de Burdof foi feito entre 2002 e 2006, na Holanda. Outros fatores que afetam o crescimento fetal, como fumo, consumo de álcool e a idade da mãe também foram levados em consideração.

Pílula 'quatro em um' torna tratamento do HIV mais 'seguro, simples e eficaz'


Um novo comprimido que combina quatro drogas anti-HIV em um único tratamento diário é seguro e eficaz, de acordo com um estudo publicado nos EUA.

Espera-se que a "pílula quatro em um" torne mais fácil para os pacientes manter a medicação e melhorar os efeitos de seu tratamento.

Um estudo publicado na revista especializada Lancet afirma que esta poderia ser uma "nova opção de tratamento".

Um especialista britânico disse que a pílula era "uma grande notícia" e fazia parte de um movimento em direção a doses diárias únicas para portadores do HIV.

O HIV é incurável, e o tratamento da infecção requer terapia que combina múltiplas drogas usadas para controlar o vírus.

Isso pode significar tomar vários comprimidos em diferentes horários do dia. E esquecer de um significa que o corpo pode perder a luta contra o HIV.

Pesquisadores e empresas farmacêuticas têm combinado alguns medicamentos em comprimidos individuais, para facilitar a administração das doses.

A "pílula quatro em um" é a primeira a incluir um tipo de droga anti-HIV conhecido como um inibidor da integrase, que interrompe a replicação do vírus.

'Segura, simples, eficaz'

Paul Sax, diretor clínico do Brigham and Women's Hospital, em Boston, Massachusetts, e professor associado da Harvard Medical School, disse: "A adesão dos pacientes à medicação é vital, especialmente para pacientes com HIV, onde a perda de doses pode levar o vírus a tornar-se resistente."

Ele liderou a pesquisa comparando o efeito da pílula quatro em um com o do melhor tratamento disponível até então em 700 pacientes. Ele disse que a pílula quatro em um era tão segura e eficaz quanto as opções anteriores, embora houvesse um nível maior de problemas renais, entre aqueles que a tomam.

"Nossos resultados fornecem uma opção adicional altamente potente e bem tolerada, e reforça a simplicidade do tratamento através da combinação de vários anti-retrovirais em um único comprimido.

Dr. Steve Taylor, especialista em HIV no Birmingham Heartland Hospital, disse: "Sem dúvida, o desenvolvimento de uma pílula única é um grande avanço no combate ao HIV.

"Passamos um longo tempo com pessoas tomando até 40 comprimidos três vezes ao dia", diz.

Ele disse que o novo comprimido foi "uma grande notícia" para as pessoas com HIV e que a pílula quatro em um aumentaria as opções de tratamento.

No entanto, ele alertou que muitas pessoas ainda tinham o HIV não diagnosticado. Um quarto das pessoas com HIV no Reino Unido não sabem que estão infectadas.

A pesquisa foi financiada pela empresa de biotecnologia Gilead Sciences.

quinta-feira, junho 28, 2012

Médicos mexicanos tiram tumor de 15 quilos de menino de dois anos

Uma equipe de médicos mexicanos conseguiu extirpar um gigantesco tumor de um menino de dois anos em uma bem sucedida operação realizada em um hospital público, informou na última quarta-feira (27) à AFP o cirurgião Jaime Zaldívar, chefe do grupo que executou a intervenção.

O tumor pesava mais do que o paciente, segundo o médico. "O menino chegou ao hospital pesando 27 quilos, dos quais mais da metade correspondia a uma má-formação grave, muito complexa, correspondente a um tumor que tinha se espalhado para parte do tórax e do abdômen", disse.

O menino, identificado pelo centro médico como Jesús Gabriel e originário do estado de Durango (norte), foi submetido a uma cirurgia de dez horas no dia 14 de junho e agora se recupera satisfatoriamente no hospital La Raza, do Instituto Mexicano de Previdência Social.

Além do cirurgião principal, participaram do procedimento outros oito médicos, inclusive especialistas em oncologia, reconstrução, pediatria e anestesista.

"Voltou a andar, embora tenha dificuldade porque estava desacostumado", disse Zaldívar, que disse que as possibilidades de que o menor tenha uma vida normal e prolongada são muito altas.

A mãe do menino disse que a criança nasceu com a má-formação, que foi detectada durante a gravidez e que em algum momento chegou a pensar que era impossível salvar a vida do seu filho, em vista do tamanho do tumor.

"Agora está brincando, estamos felizes e muito agradecidos", acrescentou a mulher. O menino está em observação, mas Zaldívar calcula que em poucas semanas estará de volta à casa.

"Ainda não recuperou o equilíbrio, mas podemos dizer que agora é um menino que levará uma vida normal", acrescentou o médico.

O doutor Zaldívar explicou que o tumor não era canceroso, mas que devido a seu comportamento expansivo estava invadindo o corpo do menino e podia comprometer órgãos vitais.

Cirurgia bariátrica cura diabetes em 88% dos pacientes

O trabalho recém-publicado avaliou pacientes com obesidade moderada e diabetes
  • O trabalho recém-publicado avaliou pacientes com obesidade moderada e diabetes
Um estudo brasileiro mostrou que a cirurgia bariátrica pode auxiliar o combate à diabete do tipo 2 em pessoas com obesidade moderada. O trabalho, publicado na revista Diabetes Care, da Associação Americana de Diabetes, avaliou 66 pacientes por seis anos, o acompanhamento mais longo até agora.

O Conselho Federal de Medicina já considera a cirurgia bariátrica uma alternativa válida no tratamento de pessoas com diabetes aliada a obesidade grave ou mórbida (ou seja, com índice de massa corporal superior a 35 kg/m²).

O trabalho recém-publicado avaliou pacientes com obesidade moderada (índice de massa corporal entre 30 e 35 kg/m²) que recebiam tratamento no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo. Cerca de 88% dos participantes tiveram remissão do diabetes - os médicos não costumam falar em cura.

Depois de um período que variou de 3 a 26 semanas, eles deixaram de utilizar remédios orais e, desde a cirurgia, os sintomas não retornaram. Nos demais pacientes, mais de 11% registraram melhora no controle de açúcar no sangue.

Todos passaram por uma cirurgia conhecida como bypass gástrico, o mais popular tipo de cirurgia bariátrica no mundo. "Utilizamos a técnica mais difundida e bem estabelecida", explica Ricardo Cohen, coordenador do estudo e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Cohen afirma que a cirurgia deve ser cogitada quando outras alternativas clínicas já foram descartadas por se revelarem ineficazes. "O paciente que não reage a outros tipos de tratamento pode receber a indicação da cirurgia", aponta o médico. "Mas antes é preciso tentar mudanças nos hábitos e medicamentos." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

EUA aprovam o primeiro medicamento contra a obesidade em 13 anos

O cloridrato de lorcaserin, droga antiobesidade recém-aprovada pela agência reguladora dos EUA

A agência reguladora dos medicamentos nos Estados Unidos aprovou pela primeira vez em 13 anos um remédio para tratar a obesidade, o Lorcaserin, comercializado como Belviq e fabricado pelo laboratório Arena Pharmaceuticals.

"A Administração de Alimentos e Fármacos dos Estados Unidos (FDA) aprovou hoje o Belviq (cloridrato de lorcaserin), como um aditivo a uma dieta de baixas calorias e exercícios de sobrepeso crônico", afirmou um comunicado.

A decisão da FDA segue a recomendação de um painel de especialistas que, em 10 de maio, pediu a comercialização deste medicamento para adultos obesos e com ao menos uma das doenças relacionadas ao excesso de peso, como a hipertensão ou a diabetes.

O medicamento funciona controlando o apetite através de receptores no cérebro mediante a ativação do receptor da serotonina 2C.

Os testes clínicos mostraram que o medicamento ajudou os pacientes a perder uma média de 3 a 3,7% de seu peso corporal depois de um ano, em comparação com um placebo, disse a FDA.

O fármaco foi aprovado para seu uso em adultos obesos com um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais, e em adultos com sobrepeso com um IMC de 27 ou mais que possuam ao menos uma doença relacionada ao sobrepeso, como hipertensão, diabetes tipo 2 ou colesterol alto.

"A obesidade ameaça o bem-estar geral dos pacientes e é um importante problema de saúde pública", disse Janet Woodcock, diretora do centro da FDA para a Avaliação e Pesquisa de Drogas.

"A aprovação deste fármaco, utilizado de maneira responsável em combinação com uma dieta e um estilo de vida saudável, oferece uma opção de tratamento para os americanos obesos ou que possuam ao menos uma doença relacionada ao sobrepeso", acrescentou.

O último medicamento contra a obesidade aprovado nos Estados Unidos foi o Xenical (orlistat) da Roche em 1999. Também comercializado como Redustat, Slimella, Beltas, Redicres ou Alli, fabricado por diversos laboratórios, este remédio funciona evitando que o corpo absorva gordura, mas seus efeitos secundários gastrointestinais, como fezes oleosas, diminuíram sua popularidade entre os pacientes.

terça-feira, junho 26, 2012

Implantes de silicone não atrapalham a amamentação; tire essa e outras dúvidas

Segundo especialistas, próteses de silicone não atrapalham a amamentação

  • Segundo especialistas, próteses de silicone não atrapalham a amamentação
 
Independentemente da idade e da fase da vida, mulheres costumam ter grande preocupação com a beleza. Algumas buscam a melhora do corpo por meio das cirurgias plásticas, sendo a colocação de próteses para o aumento das mamas a mais procurada no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2011 foram realizadas 150 mil cirurgias. Mas muitos mitos envolvem os implantes de silicone e a amamentação. Foi pensando nisso que o UOL Gravidez e Bebês buscou especialistas que pudessem esclarecer dúvidas comuns. Confira:



O silicone pode prejudicar a amamentação?


Próteses de silicone nas mamas não atrapalham a amamentação, que é segura e saudável.

 "Hoje em dia, não há problemas com esse tipo de cirurgia, já que as técnicas evitam a interferência na glândula mamária. Dependendo do caso, a glândula nem é tocada", explica o cirurgião plástico Carlos Komatsu, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica de São Paulo. "Há casos em que a mãe já não tem leite, ou o produz em menor quantidade, e acredita que isso tenha alguma relação com o silicone, mas é um mito", diz Komatsu. Porém, o cirurgião plástico Jalma Jurado faz uma ressalva: "A não ser que seja uma prótese realmente muito grande."


Próteses muito grandes podem atrapalhar a amamentação?


Há mulheres que exageram na hora de escolher o tamanho de suas próteses de silicone, o que pode trazer problemas para as que pretendem ter filhos. "Colocar um volume muito exagerado pode causar uma pequena atrofia no tecido mamário. Portanto, o desejo de ter mamas muito grandes pode ser prejudicial para a amamentação", conta Komatsu, falando sobre os implantes de 500 ml, que podem comprimir a mama e afetar a circulação.


Implante de silicone interfere no leite?


"Estudos atuais mostram que não existe diferença no leite de mulheres com implante mamário e das mulheres sem implante. A amamentação pode ocorrer normalmente", diz Sérgio Aluani, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. De acordo com os especialistas, o leite não entra em contato com o silicone implantado. "Se a cirurgia for feita corretamente, não haverá alteração nenhuma. A prótese fica envolta por uma cápsula que o próprio corpo produz, então não afetará em nada a amamentação", explica Komatsu.


Posso colocar próteses enquanto estiver amamentando?
 

Não. "Durante a lactação, as cirurgias devem ser evitadas. Elas exigem o uso de medicamentos que podem passar para o sangue da mãe e, consequentemente, para o bebê", explica Jurado. Além disso, a mama cresce por conta do período de aleitamento e não seria possível ter a real dimensão dessa região. 


Próteses de silicone evitam a flacidez após a gravidez e a amamentação?

Mamas sem ou com silicone, independentemente da amamentação, podem ou não apresentar flacidez. Isso depende de vários fatores, como genética, tamanho e envelhecimento. Segundo Rogerio Moreno, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, a colocação do silicone não garante resultados positivos para o resto da vida. "Se a paciente engordar, engravidar ou amamentar, poderá ocorrer a queda fisiológica das mamas, que pode ser discreta a acentuada, mesmo com silicone", explica.


Próteses antigas prejudicam o aleitamento?
 

As próteses antigas exigiam a troca mais frequente (cerca de dez anos ou menos) do que as atuais. Hoje, mais resistentes, elas duram mais. "Caso não haja rompimento, não há motivo para substituição", diz Komatsu. Para ter certeza da integridade do implante, é essencial fazer um "check-up" anual. "As próteses devem ser avaliadas frequentemente pelo cirurgião plástico ou ginecologista. Se houver ruptura, deve ser substituída", explica o obstetra Rogerio Moreno.


Caminho inverso: redução de mamas

 

Nas cirurgias de redução de mamas, a manipulação do tecido mamário é maior, já que parte dele será retirado para a diminuição do volume. Por isso, a atenção ao procedimento deve ser redobrada.

"Pode haver um comprometimento na amamentação, mas não é o que ocorre normalmente. Na maioria das vezes, a paciente não tem problemas", explica o cirurgião plástico Sérgio Aluani.

Segundo os médicos, as técnicas de diminuição e aumento das mamas mantêm o que é importante: a conexão dos ductos mamários com a mama. Não havendo mudanças nessa região, o caminho do leite fica intacto.

"Na redução de mamas são retirados segmentos, mas permanecem outros com a mesma função", diz o cirurgião Jalma Jurado.

Cirurgia inédita retira tumor de feto dentro de útero

Em exame realizado às 17 semanas de gravidez, mãe viu 'bolha' saindo da boca do feto

  • Em exame realizado às 17 semanas de gravidez, mãe viu 'bolha' saindo da boca do feto
Médicos do hospital americano Jackson Memorial, em Miami, conseguiram remover um tumor raro da boca de um feto dentro do útero da mãe, no que anunciaram como a primeira cirurgia do tipo realizada no mundo.

A cirurgia foi realizada em 2010, mas só foi divulgada nesta semana.

A menina Leyna Gonzalez nasceu em outubro daquele ano, cinco meses depois da operação que salvou sua vida.

Sua mãe, Tammy Gonzalez, conta que em um exame realizado na 17ª semana de gravidez identificou uma "bolha" saindo da boca do feto.

A mãe ouviu dos médicos que se tratava de um teratoma oral, um tumor raro, e que sua filha teria poucas chances de sobrevivência.

Segundo os médicos do Jackson Memorial, esse tipo de tumor é tão raro que foi diagnosticado no hospital somente uma vez nos últimos 20 anos. 



Operação


A operação durou apenas pouco mais de uma hora, e o tumor foi retirado com laser.

A mãe recebeu anestesia local, enquanto uma agulha era introduzida no saco amniótico, que envolve o feto.

Tammy disse que os médicos foram "salvadores".

"Quando eles finalmente cortaram a coisa toda, e eu vi aquilo flutuando, foi como se esse enorme peso fosse tirado das minhas costas, e eu pude finalmente ver o seu rosto", lembra a mãe.

A única marca da cirurgia é uma pequena cicatriz no lábio da menina.

O Pré-Natal: Entenda o que é e qual a importância do pré-natal para uma gravidez tranquila

É incrível pensar que ainda nem todas as gestantes realizem o pré-natal . Por mais que se fale sobre o assunto, algumas mulheres não entendem a importância de acompanhar a evolução da gravidez e só procuram um médico quando a gestação está avançada ou quando o parto já está próximo.

Mas afinal, porque o pré-natal é tão importante? Bem, é ele quem vai garantir uma gravidez saudável e um parto sem riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê. Com o pré-natal é possível acompanhar o desenvolvimento do feto e, se houver algum problema, detectar precocemente, aumentando as chances de deter o problema. No caso das mães, algumas doenças como a diabetes gestacional e a pré-eclampsia podem aparecer durante a gravidez, trazendo graves conseqüências para a gestante, porém, esses problemas também podem ser controlados com o pré-natal.


Médico realizando exame na gestante - Dmitry Kalinovsky / ShutterStock 


POR ONDE COMEÇAR


Antes mesmo de engravidar, deve-se pensar em procurar um médico para orientar e planejar a gestação. Mas como escolher um profissional? 

É fundamental que haja uma relação de confiança entre médico e paciente. Durante a gestação é comum a mulher sentir-se sensível e insegura. Um bom profissional, em quem a gestante confie, poderá ajudá-la a resgatar a força nesse período tão importante da vida.

Se a mulher ainda não tiver um ginecologista de sua confiança, é hora de procurar. Indicações de amigas são sempre bem-vindas. Uma boa ferramenta para buscar informações sobre o profissional é o site do Conselho Regional de Medicina, que traz uma relação de todos os médicos devidamente inscritos no CRM. Estude a vida profissional do médico e certifique-se de que tenha especialização em Ginecologia e Obstetrícia.

A grande maioria dos médicos ginecologistas é também obstetra. Alguns poucos profissionais acabam se dedicando apenas ao atendimento no consultório e não realizam partos. Se for o caso do seu médico, ele deverá indicar um colega para realizar o pré-natal.

O ideal é que antes de engravidar, o casal converse com o médico sobre como será o acompanhamento, se é a favor do parto normal ou cesariana, em quais hospitais atende, se aceita plano de saúde e outras questões práticas. Essa é a hora de tirar todas as dúvidas com o seu médico.


GESTAÇÃO DE 12 MESES


O conceito “Gravidez de 12 meses” foi criado pelo Dr. Sérgio Peixoto, Professor Associado Livre-docente de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP. Ele sugere que o pré-natal deve começar antes mesmo da concepção. Alguns especialistas concordam que os pais devem procurar orientações médicas e começar a se preparar física e psicologicamente para a gestação ao menos três meses antes de engravidar.

Se os pais estiverem preparados e seguros quanto às mudanças que estão por vir, já que a gravidez mexe muito com a sensibilidade e emoção, as chances da gestação e do parto ser muito mais tranqüilo é bem maior. Além de tirar as dúvidas do casal e passar as informações mais relevantes, a consulta médica antes da gravidez é fundamental, pois serão realizados exames clínicos e laboratoriais para checar a saúde do casal. Caso haja necessidade, eles terão tempo de fazer o tratamento adequado antes da concepção do bebê. 

Na ocasião, o médico fará a atualização das vacinas, indicará exercícios e cuidados com a alimentação dependendo dos hábitos da paciente, e irá verificar se o pai ou a mãe tomam medicamentos, fumam, usam álcool ou algum tipo de droga, ou têm alguma característica genética que seja um fator de risco para a gestação. Se a mãe tem alguma doença preexistente como diabetes ou pressão alta, o médico deverá tomar providências para equilibrar as taxas e prevenir futuras complicações.
O especialista poderá ainda receitar o uso de ácido fólico, que deve ser tomado três meses antes da gestação, com o objetivo de diminuir a incidência de malformações do feto.

Quando o corpo e a alma estiverem em ordem, é hora de parar o método anticoncepcional e engravidar.


OS EXAMES DO PRÉ-NATAL


Existe uma lista de exames básicos que toda mulher que engravida deve fazer. A maioria deles são exames de sangue feitos em laboratório como o hemograma completo, para checar se a mulher está com anemia ou infecções, glicemia, para verificar a taxa de glicose no sangue, e algumas sorologias como HIV, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis e hepatite B e C, além de tipagem sanguínea e fator Rh. O médico deve ainda solicitar exames de urina e fezes.

Alguns desses exames laboratoriais devem ser repetidos algumas vezes durante a gravidez, como o hemograma, realizado mensalmente, a glicemia, que é repetida na 26ª semana de gestação, além de algumas sorologias para verificar se a mulher foi infectada durante a gravidez.

O ideal é que a gestante realize três ultra-sonografias: uma no primeiro trimestre da gravidez para avaliar o tempo de gestação com mais precisão, outra no segundo semestre, quando os órgãos já estão formados, e a última no terceiro trimestre para acompanhar o crescimento fetal. 

Em casos de gestação de risco ou se os resultados dos exames estiverem fora do padrão esperado para aquela fase da gravidez, o médico poderá pedir outros exames adicionais ou repetir alguns de acordo com a necessidade para uma melhor avaliação. 

Geralmente, as consultas médicas são mensais até o sétimo mês de gestação, quinzenais até a 36ª semana e semanais até o final da gestação.


PLANOS DE SAÚDE


As mulheres que possuem seguros privados de assistência à saúde devem se informar sobre a cobertura de exames pré-natal, consultas, parto, hospitais e atendimentos de emergência com a sua operadora no início da gravidez, ou até mesmo quando começar a planejar engravidar.

Uma mesma operadora oferece diferentes tipos de planos, com coberturas variadas. Em geral, os planos de saúde cobrem exames básicos solicitados no pré-natal, porém, alguns planos têm cobertura total de diversos exames e internações enquanto outros dão direito apenas às consultas e exames básicos. Os honorários médicos para a realização do parto são bastante variáveis. A operadora pode exigir que o médico seja credenciado, e caso não seja, a paciente deverá pagar os honorários médicos e pedir reembolso, se tiver esse direito.

É comum que a operadora do plano de saúde restrinja os números de consultas e exames realizados por mês ou pelo período da gestação. É importante também verificar se existe alguma carência para a cobertura de partos, caso o plano tenha sido adquirido recentemente.

A cobertura dos planos de saúde pode gerar muitas dúvidas e discussões, portanto, o ideal é ler atentamente o contrato da operadora para saber sobre seus direitos. O médico deverá estar ciente sobre as condições do seu plano de assistência médica e orientá-la sobre a melhor forma de proceder com o pré-natal e o parto. 

Para escolher o hospital onde o bebê irá nascer, deve-se solicitar uma listagem ao convênio e o médico verá em quais hospitais é cadastrado, para que possa fazer a internação da paciente.

“A mulher deverá visitar a maternidade antes de fazer sua escolha. É importante avaliar a qualidade da enfermagem e berçário”, alerta o Dr. Luciano Pompei, diretor da FEBRASGO, Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia. O médico incentiva as futuras mamães a conversar com outras mulheres que pariram no hospital para trocar idéias. 


ATENDIMENTO PELO SUS


O Ministério da Saúde afirma que o número de consultas pré-natal realizadas pelo SUS – Sistema Único de Saúde - durante a gravidez é crescente ano a ano. Em 2003 foram realizadas 8,6 milhões de consultas de pré-natal e no ano passado, 2009, foram 19,4 milhões. O aumento foi de 125% nesse período, devido à ampliação do acesso ao pré-natal pelas mulheres e os benefícios oferecidos pelo governo. 

O SUS realiza gratuitamente os exames básicos durante a gestação, como exames de urina e de sangue para verificar a existência de doenças como hepatite B, toxoplasmose, sífilis, HIV e outros, além de aplicar vacinas e oferecer medicamentos, quando necessário. 

As gestantes atendidas pelo SUS têm direito a fazer, pelo menos, seis consultas durante toda a gravidez. Nas consultas de pré-natal, a equipe de saúde mede a pressão arterial da mãe, verifica o peso, mede a barriga, escuta o coração do bebê, e anota todas as informações sobre o pré-natal e exames no Cartão da Gestante. Esse cartão deve ser apresentado ao médico na hora do parto para que ele tenha informações sobre o estado de saúde da mãe e do bebê. 

O Ministério da Saúde tem feito um grande esforço para realizar pelo menos um exame ultra-som durante a gestação, porém, ainda não são todos os postos de atendimento do SUS que possuem um aparelho para realizar o exame. Muitas vezes, as pacientes que têm condições acabam realizando esse exame em clínicas particulares.

A rede do SUS também oferece algumas atividades para as gestantes como cursos de preparação para o parto e grupos de gestantes, onde as futuras mamães podem trocar idéias e experiências.

Paula R. F. Dabus

Útero é arrancado sem paciente saber que estava grávida


A dona de casa Cenira Maria dos Santos, de 37 anos, estava grávida de quatro semanas quando teve o útero retirado em uma clínica da Baixada Fluminense, credenciada do Sistema Único de Saúde. A paciente não sabia da gravidez e fez a cirurgia porque havia sido diagnosticada com miomas. A família decidiu processar a clínica e o médico.

Cenira recebeu o diagnóstico de que tinha dois miomas no útero em agosto, por meio de uma ultrassonografia. Foi ao médico, que indicou a histerectomia (retirada do útero) - realizada em 11 de abril no Hospital das Clínicas de Belford Roxo.

O resultado da biópsia indicou que ela estava grávida de um bebê de cerca de três centímetros, ou quatro semanas de gestação. O exame revoltou o casal, evangélico, que já tem duas filhas - de 11 e de 6 anos. "Jamais pensei em tirar um filho", emocionou-se Cenira.

"Entre a ultrassonografia e a cirurgia não fizeram nem um exame de urina nela", disse o marido de Cenira, o taxista Rubens Gomes. "A direção da clínica disse que não é responsável. Então fazem um aborto dentro do hospital deles e eles não são responsáveis?" Procurado, o hospital não atendeu a reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dermatite Seborreica

 Caracterizada pelo aumento da produção da oleosidade (aumento da atividade das glândulas sebáceas), descamação, irritação e coceira, a dermatite seborreica ocorre com mais frequencia no couro cabeludo, mas também pode afetar o rosto, o peito, as costas e as dobras de pele (axilas, virilhas e debaixo dos seios) e suas causas ainda são desconhecidas.





Durante o outono/inverno a dermatite seborreica é agravada por causa da baixa umidade do ar, do vento e do frio, mas um dos principais vilões é o chuveiro quente - que retira a oleosidade natural e, por consequência, o couro cabeludo “sente-se” desprotegido e passa a produzir oleosidade em excesso para compensar.


Como evitar?


- Controle da temperatura do chuveiro
- Reduzir o consumo de comida gordurosa (muito comum nessa época)
- Aumentar a ingestão de fibras, frutas e verduras
- Fiscalizar a ingestão de líquidos

Outro fator desencadeante importante é o stress, portanto, é preciso tentar compensar com a prática de exercícios e terapias.




Princípios ativos e tratamentos


Uso de xampus que contenham: ácido salicílico, piritionato de zinco, cetoconazol, entre outros.
Em casos extremos - com forte componentes de irritação e descamação - utilizar fórmulas (loções) que contenham: corticóides tópicos e até mesmo antibióticos tópicos.


Dica: Nada melhor que um escalda-pés neste friozinho; aprenda a fazer


Nestes dias frios, nada melhor que fazer um escalda-pés em casa. Tanto para esfoliar como para descansar os pés. Nayara Erédia, terapeuta corporal do Olímpia Spa, ensina um bem simples. Para fazê-lo basta ter sal grosso, hidratante neutro e alguma erva; aqui ela usou a alfazema. E, claro, água quente, que não ultrapasse os 37ºC, e um recipiente onde caibam os dois pés. É rápido, eficiente e relaxante.

 

Quanto mais cesarianas, pior

      O aumento das cesarianas, em diversas partes do mundo, pode ter consequências negativas para  a saúde e futuro reprodutivo de muitas mulheres. Uma revisão sistemática de estudos explica como isso ocorre
   






            O aumento do número de cesarianas em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil, preocupa os profissionais de saúde e as agências de saúde. Nos Estados Unidos, um encontro sobre “a realização de partos vaginais após cesarianas” teve algumas de suas conclusões baseadas numa revisão sistemática de estudos sobre o impacto das cesarianas sobre a saúde materna e fetal. E as conclusões, que não são novas, também não são nada boas.

           Para a revisão foram avaliados 21 estudos que combinados somaram perto de 2 milhões e 300 mil partos. As taxas de histerectomia, a retirada do útero, transfusões de sangue, e lesões durante o procedimento aumentaram com o maior número de cesarianas. Uma complicação gravíssima, a placenta prévia, situação na qual a placenta fica firmemente e patologicamente aderida ao útero, levando a sangramento, muitas vezes, incontroláveis e fatias, também aumentou. Para ficar mais claro, a incidência de placenta prévia variou de 1 em 100, nos casos de 1 cesariana anterior, para quase 3 em 100, no caso de mulheres com 3 cesarianas prévias.

          Desnecessário dizer que a mortalidade materna foi muito maior nestes casos de várias cesarianas. Muitas mulheres, apoiadas por seus médicos, podem contra-argumentar que não terão muitas cesarianas, de jeito nenhum. Quando muito, uma ou duas, ao longo da vida. Se esse argumento é difícil de garantir ou contestar, vale lembrar que no caso de cesarianas, quanto menos, melhor.   (Marshall NE, Fu R, Guise JM. Impact of multiple cesarean deliveries on maternal morbidity: a systematic review. Am J Obstet Gynecol. 2011; 205:262.e1-8)

Dica: Conheça o lado bom de alimentos polêmicos, como café e maionese



Consumir carne vermelha, ovos, chocolate e margarina também pode ser saudável



A lista negra dos alimentos que são os piores inimigos da saúde é extensa. Mas, segundo estudos científicos recentes, a má fama de alguns deles não só é exagerada, como injusta. O consumo de alguns desses alimentos, como o chocolate, café, ovos, maionese, margarina e carne vermelha, traz efeitos benéficos ao organismo, além disso, afirmam os especialistas, são essenciais para a manutenção da saúde.

"Antes de tirar alguns componentes do cardápio, é muito importante saber qual é o tipo metabólico de cada pessoa. Os resultados mudam conforme o organismo de cada um. Por isso, o que para alguns pode fazer bem, para outros pode ser prejudicial", diz o endocrinologista Wilson Rondó Jr, especialista em medicina ortomolecular, autor do livroFazendo as pazes com seu peso, da editora Gaia. 

três barras de chocolate - Foto: Getty Images

 

Chocolate

 

Um estudo feito pela McMaster University, no Canadá, descobriu que o consumo controlado de chocolate pode ter ação benéfica para o sistema cardiovascular. De acordo com a pesquisa, pessoas que comiam regularmente cacau, tinham 22% menos chances de sofrer um derrame. "O chocolate age como anti-inflamatório, regula o sistema imunológico, afina o sangue e assim diminui as chances de doenças cardiovasculares", explica Wilson Rondó Jr.

Somado a isso, o chocolate ainda é rico em nutrientes que trazem muitos benefícios ao organismo. Entre eles estão os flavonoides, importantes antioxidantes que além de impedir a oxidação do colesterol, preserva outros antioxidantes como as vitaminas E a vitamina A.

Para ser saudável, o consumo deve ficar restrito a três pequenas doses de chocolate com pelo menos 70% de cacau por semana. "Uma composição com mais leite e gordura e menos cacau pode trazer mais problemas do que benefícios. E não faz sentido comer uma barra de chocolate por dia, isso só traria problemas para o nosso corpo", explica o especialista.


xícara de café - Foto: Getty Images

 

Café

 

Segundo um estudo recente, feito pela Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, a cafeína, substância encontrada no café, pode ser usada no tratamento da doença de Alzheimer, por diminuir a formação de placas amiloide tanto no cérebro quanto no sangue. Outro estudo norte-americano afirma que mulheres que tomavam quatro xícaras de café por dia tinham até 65% menos chances de ter derrames. Além disso, a cafeína estimula o sistema nervoso, aumenta a sensação de bem-estar, tem efeito antioxidante, ajuda a combater a depressão e contém altos níveis de potássio, vitamina B e aminoácidos.

Mesmo com todos esses benefícios, é preciso tomar alguns cuidados na hora de beber café. "Os estudos mais atuais dizem que o ideal é não tomar mais do que quatro xícaras de café por dia. Uma quantidade maior do que essa pode aumentar o ritmo cardíaco, elevar a pressão arterial, elevar os níveis de colesterol, causar tremores e insônia", diz Rondó. Outro cuidado apontado pelo especialista é fugir do café descafeinado, já que estudos mostram que ele aumenta em 10% os níveis de colesterol no sangue e em 18% o acúmulo de gordura na parede das artérias.


ovo frito - Foto: Getty Images

 

Ovo

 

Durante anos ele foi relegado ao posto de inimigo do peito em função dos níveis de colesterol que esse alimento possui, o que poderia causar uma série de complicações para o sistema cardiovascular. Mas um estudo feito pela Universidade de Minnesota demonstrou não haver relação entre o consumo regular de ovos e o aumento da incidência de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame. "O consumo do colesterol contido nos ovos induz o corpo a produzir menos colesterol fabricado pelo próprio organismo. Nesse processo, há um equilíbrio que preserva o funcionamento saudável do corpo", explica Rondó.

A atenção ao consumo de ovos se deve principalmente ao seu modo de preparo. O ovo cozido e o pochê são as maneiras mais saudáveis de consumir esse alimento. Já prepará-lo frito ou mexido não é tão saudável. "Quando a gema entra em contato com o ar, o que acontece quando o ovo é frito ou mexido, há uma oxidação do colesterol. Esse processo torna a gordura dos ovos mais nociva à saúde", afirma o endocrinologista.

Colocar o ovo cozido na primeira refeição do dia três vezes por semana, uma fonte de proteína, é mais saudável do que consumir pão, fonte de carboidrato, em todos os cafés da manhã. Além da variação na alimentação, que é sempre importante para uma dieta, os ovos são alimentos energéticos que aumentam a sensação de bem-estar durante o dia inteiro.


maionese com ervas - Foto: Getty Images

 

Maionese

 

Segundo Rosana Perim, do Hospital do Coração de São Paulo, a maionese também pode fazer parte de uma dieta equilibrada. Com novos processos de fabricação, a maionese passou a ser mais saudável e a conter menos gorduras trans. Como é um alimento que possui gorduras importantes que contêm ômega 3, ela é uma aliada no combate ao colesterol ruim, o LDL.

Contudo, a maionese continua sendo muito calórica e gordurosa. Por isso, o seu consumo deve ser controlado e alguns cuidados precisam ser tomados. "A quantidade de gorduras continua alta, e como se trata de um produto de origem industrial, deve-se evitar comer uma quantidade grande durante a semana", explica Rondó. A qualidade do produto também deve ser observada. Fique longe das maioneses das lanchonetes oferecidas sem rótulos e aquelas que não priorizam a redução de gorduras saturadas e calorias na receita.


margarina - Foto: Getty Images

 

Margarina

 

A margarina já teve seus altos e baixos no cardápio saudável. Ela surgiu como a opção mais saudável para substituir a manteiga, que contem altos níveis de gorduras saturadas e colesterol, mas depois foi para a lista negra da alimentação por ter gorduras trans de origem vegetal. Segundo a nutricionista Rosana Farah, da Unifesp, o consumo de margarina não está totalmente ligado a gorduras trans. "Algumas versões saudáveis de margarinas , pobres em gordura saturada, ricas em gordura insaturada e sem gorduras do tipo trans são benéficas, desde que também sejam usadas com moderação (pois contém muitas calorias).", diz a nutricionista. No pão, essa versão é a mais apropriada. No entanto, na hora de preparar os alimentos, verifique se é possível substituí-la por azeite ou algum outro óleo vegetal líquido.

Outras pesquisas estão descobrindo o lado bom da margarina. Estudo recente da Universidade de São Paulo, realizado com pacientes de síndrome metabólica (doença que aumenta em até cinco vezes as chances de ataques cardíacos e derrames), sugere que o consumo moderado de manteiga ou margarina não aumenta o risco de se desenvolver doenças cardiovasculares. Até então, os médicos impunham pesadas restrições para os pacientes dessas doenças com relação ao consumo de margarina e manteiga.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Católica San Antonio de Murcia, na Espanha, concluiu que a margarina reduz os níveis de colesterol no organismo. Os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6, gorduras essenciais que o corpo humano não produz, encontradas na margarina influenciam positivamente o balanço de colesterol no sangue, ela ajuda a manter a saúde cardiovascular e a reduzir o risco de doenças coronarianas e derrames. 


 

Carne vermelha 

 

Segundo o endocrinologista Wilson Rondó, mesmo tendo quantidades de gordura saturada, a carne vermelha ainda é um elemento que deve ser mantido na dieta. Ela é fonte de todos os aminoácidos essenciais ao corpo humano, além de ser rica em ferro, zinco, e vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12 - indispensável para o funcionamento das células nervosas do corpo humano. "Por isso, a maioria das pessoas que não come nenhum tipo de alimento de origem animal, principalmente a carne vermelha, apresentam carência dessa vitamina em longo prazo se não tomarem suplementos vitamínicos", explica Rondó.

De acordo com o especialista, uma alimentação saudável é aquela que traz um equilíbrio entre os micronutrientes, ou seja, vitaminas e minerais, e os macronutrientes, como gorduras, proteínas e carboidratos. Fechar a boca para alimentos ricos no último grupo, como a carne vermelha, que tem fama de engordar, faz mal ao organismo.

Alguns estudos recentes, feitos na França, dizem que é possível enriquecer a carne e o leite bovinos com ômega 3, a partir de uma alimentação a base de linhaça, grão rico nessa gordura. O estudo também diz que o pasto é rico em ômega 3, e quando os animais são criados em campos, o seu leite e sua carne ficam mais nutritivos.

Brasil começa em 2013 a produzir remédios antiasmáticos


São Paulo - A partir de 2013, o Brasil entra no mercado de produção dos antiasmáticos. A transferência de tecnologia será feita pelo laboratório espanhol Chemo à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Farmanguinhos, para a fabricação do medicamento formoterol+budesonida, usado na bombinha do asmático. Com a produção nacional, o Ministério da Saúde espera economizar cerca de R$ 100 milhões e beneficiar aproximadamente 200 mil pessoas. As informações são da Agência Brasil.

Cerca de 2,5 mil pessoas morrem por ano por causa da asma. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), de 10% a 25% dos brasileiros têm asma. O Brasil é o oitavo país em prevalência da doença.

AE

Queda de cabelo e caspa? Pode ser estresse ou até depressão

Alterações nos fios podem ser sinal de algum problema e devem ser investigadas por um médico


  • Alterações nos fios podem ser sinal de algum problema e devem ser investigadas por um médico
Poucas pessoas sabem, mas a saúde do cabelo pode ter uma relação direta com a saúde emocional. Momentos de estresse, preocupação, ansiedade e depressão podem refletir na beleza das madeixas e agravar ou até causar doenças. “Geralmente o equilíbrio interno é refletido em pele e cabelos bonitos e saudáveis”, afirma a dermatologista Cristiane Braga, especialista em tricologia (ramo da medicina que trata dos pelos e cabelos).

A  assistente administrativa Rosemary Vieira, 51, levou um susto quando notou algumas casquinhas em seu couro cabeludo há um ano. No médico, o diagnóstico: estava com psoríase, uma doença autoimune, e seu aparecimento tinha ligação direta com o estresse que ela vivia. Mãe de duas adolescentes gêmeas e trabalhando em período integral, o resultado da consulta médica não lhe causou estranheza. “A correria diária, os filhos, a casa e o trabalho acabam gerando muita preocupação, nervosismo e desencadeiam este tipo de reação no corpo”, desabafa.

Segundo Cristiane Braga, a dermatite seborreica, mais conhecida como caspa, é outra doença que pode se agravar em pessoas estressadas. “Já a depressão pode ter como primeiro sintoma a queda acentuada de cabelos”, continua a médica. Se os fios estão caindo mais do que o normal há mais de três meses, vale uma investigação mais profunda.

A alopecia areata é outro mal que pode ser desencadeado por períodos de grande estresse.

 A doença causa perda de cabelo ou de pelos em áreas bem delimitadas do corpo, em geral de forma arredondada ou oval. Já a tricotilomania é um distúrbio caracterizado por arrancar cabelos sem fins estéticos e acomete indivíduos muito ansiosos.

O estresse pode gerar ainda processos inflamatórios no couro cabeludo que causam excesso de oleosidade nesta região. Alergias a processos químicos, como tinturas e escovas progressivas, ou desequilíbrios hormonais causados por doenças como diabetes, hipotireoidismo e ovários policísticos, também podem deixar os cabelos pesados e oleosos.

Em qualquer um dos casos, o correto diagnóstico só pode ser feito por um médico. “A principal orientação é procurar um especialista o mais rápido possível, para uma correta investigação”, indica Cristiane Braga.


Alimentação e cuidados


Quem come fora de casa todos os dias está sujeito, ainda, a desequilíbrios no organismo causados pela má alimentação ou por comer em horários irregulares. Para saber se está ingerindo os nutrientes de que precisa, prestar atenção aos cabelos pode ser uma boa dica. De acordo com a dermatologista, madeixas sem brilho e quebradiças geralmente indicam deficiências nutricionais ou até mesmo anemia por falta de ferro ou de vitamina B12.

Para fugir deste problema e, de quebra, ainda ter cabelos bonitos e saudáveis não se deve deixar de incluir no cardápio carnes vermelhas, que são fonte de ferro; verduras, legumes e frutas, que contêm vitaminas e oligoelementos como zinco, cobre, licopeno; e castanhas, boas fontes de selênio e alfatocoferol.

Para manter a saúde capilar em ordem é preciso ainda lavar os cabelos em dias alternados, de preferência com água fria ou morna, e evitar dormir com o cabelo molhado, o que pode facilitar o crescimento de fungos e bactérias na região.

No frio, os cuidados devem ser maiores para evitar o ressecamento do couro e dos fios. “É bom evitar banhos com água muito quente e utilizar máscaras hidratantes com proteção térmica, para manter uma melhor hidratação”, explica a dermatologista. Ela indica ainda aumentar a ingestão de água, frutas, legumes e verduras, para garantir a nutrição adequada dos fios.

Itália realiza primeiro transplante de fígado com uso de robô


Um homem de 44 anos é o primeiro paciente do mundo a ser submetido a um transplante de fígado em uma operação realizada integralmente por um robô, que, por sua vez, era manipulado a distância por uma equipe médica do Instituto Mediterrâneo de Transplantes (Ismett) de Palermo, na Itália.

Formada por dezenas de médicos e enfermeiros, a equipe médica controlava os movimentos do robô através de um computador e com base na imagem tridimensional da cavidade abdominal do paciente, informou nesta terça-feira (26) o jornal La Stampa.

Esta inusitada intervenção abre um novo caminho em direção às operações, que, com base nesta nova técnica, podem ter seus riscos reduzidos, afirmaram os médicos envolvidos no procedimento.

Apesar do uso de robôs serem cada vez mais habitual nas salas de cirurgia, a novidade deste caso é que os médicos coordenavam o processo a distância.

Desta forma, o robô, batizado como "Da Vinci", realizou cinco incisões de menos de um centímetro e uma de nove para extrair uma parte do fígado da doadora, a mesma transplantada com sucesso no paciente doente, que sofria de cirrose hepática e cuja vida dependia do sucesso da operação.

Segundo a equipe médica, que contou com a colaboração da clínica universitária Cisanello de Pisa, o doador, irmão do doente, demorou nove dias para se recuperar, enquanto o receptor precisou de um pouco mais de tempo para se recuperar.

Médicos querem ampliar vacinação de adolescentes


A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lançou nesta terça-feira (26) alerta sobre a importância da vacinação de adolescentes - faixa etária que tem calendário próprio de imunização, mas em que é mais difícil obter a cobertura necessária. Mais de 350 médicos de todo o país reuniram-se em São Paulo para discutir estratégias para ampliar a vacinação desse público.

Entre as preocupações dos médicos está a hepatite B, doença transmissível pelo beijo, relações sexuais, e pelo sangue, e que pode se tornar crônica, levando a complicações, como a cirrose. A vacina contra a hepatite B é a primeira a ser dada ao bebê, no nascimento, mas só entrou no Programa Nacional de Imunização a partir de 1998. Quem tem mais de 15 anos pode não ter recebido as doses necessárias. "A hepatite B é 100 vezes mais transmissível do que a Aids. É preciso se certificar de que o adolescente tomou as três doses, que garantem a imunidade", afirmou o médico Renato Kfouri, presidente nacional da Sbim.

Kfouri lembra que já há uma cultura de vacinar bebês e crianças, público em que a cobertura chega a atingir 100% para algumas doenças. Mas isso não ocorre com os adolescentes. "Luta-se para chegar a 40% de cobertura vacinal. Isso ocorre porque é difícil levar o adolescente à sala de vacina. Ele não se sente vulnerável às doenças".

Entre as barreiras, Kfouri aponta o fato de precisar haver uma negociação dos pais com o jovem, que precisa ser convencido da importância da vacina. "Também é necessário que os profissionais de saúde tenham outro entendimento sobre o assunto. Hoje, há vacinas criadas para que sejam aplicadas na adolescência, como a que protege contra o HPV. É um conceito novo".

Outra dificuldade está no fato de grande parte das vacinas próprias para os adolescentes não estarem disponíveis nos postos de saúde - caso do HPV, meningite, coqueluche (reforço), hepatite A e gripe. "A preocupação com o adolescente é que ele enfrenta riscos, não só pela idade, mas pelo comportamento. Ele se expõe mais socialmente, beija mais, tem uma atitude social que aumenta o contato com várias pessoas diferentes e fica mais suscetível", afirmou Isabella Ballalai, presidente da regional Rio da SBIm. "A atitude aumenta o risco para doenças infecciosas. Isso ficou evidente com o H1N1, quando muitos jovens foram afetados na pandemia, e no surto de meningite, na Bahia, ocorrido recentemente".

Coca-Cola vendida no Brasil tem maior concentração de substância potencialmente cancerígena

De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia

  • De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia
 A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior concentração do 4-metil-imidazol (4-MI), subproduto presente no corante Caramelo IV, classificado como possivelmente cancerígena. A análise foi realizada no Centro de Pesquisa CSPI (Center for Science in the Public Interest), de Washington D.C. Eles testaram a quantidade da substância nas latas de Coca-Cola também vendidas no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos. As informações sobre o estudo foram divulgadas pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

A pesquisa que apontou os riscos do Caramelo IV à saúde das pessoas foi feito pelo Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados Unidos e fez com que a Iarc (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), da OMS (Organização Mundial da Saúde), incluísse o 4-MI na lista de substâncias possivelmente cancerígenas.

Contatada pelo UOL, a assessoria de imprensa da Coca-Cola ainda não se pronunciou a respeito do estudo.


Concentrações


De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350 ml, cerca de 267mcg/355ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a Coca-Cola vendida no Quênia, que ficou na segunda posição, com 170 cmg/355ml.

Quantidade de 4-metil-imidazol (4-MI) na Coca-Cola em nove países

País 4-MI em microgramas (mcg) em cada 355 ml
Brasil 267
Canadá 160
China 56
Japão 72
Quênia 177
México 147
Emirados Árabes Unidos 155
Reino Unido 145
Estados Unidos (Washington DC) 144
Estados Unidos (Califórnia) 4   


A Coca-Cola do Brasil fornece nove vezes mais o limite diário de 4-MI estabelecido pelo governo da Califórnia, que estipulou a quantidade máxima de 39 ml do refrigerante por dia e nenhum outro produto que possui o corante Caramelo IV em sua composição.

Como nos últimos 30 anos o consumo de refrigerante quintuplicou no Brasil, o Idec ressalta que, independentemente da presença do corante, todas as bebidas que contêm açúcar devem ser evitadas, pois se consumidas em excesso podem aumentar o risco de diabetes, obesidade e doenças associadas aos cânceres de esôfago, rins, pâncreas, endométrio, vesícula biliar, cólon e reto.


Mudanças


Nos Estados Unidos, após diversas petições de entidades de defesa do consumidor, o Estado da Califórnia reconheceu a periculosidade do aditivo. Diante disso, empresas como a Coca-Cola e a Pepsi dos Estados Unidos divulgaram que realizarão mudanças em suas fórmulas, de acordo com o instituto.

Por ser um ingrediente que desempenha uma função puramente estética, o Idec questionou às empresas brasileiras se elas possuíam outras alternativas ao Caramelo IV. Foi indagada, ainda, a quantidade de 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presente em seus produtos.

À Anvisa, o Idec questionou a base científica para permissão do uso do Caramelo IV no Brasil (estudos que garantem a segurança do aditivo), e se a agência monitora as quantidades de Caramelo IV e 2-metilimidazol e 4-metilimidazol presentes nos produtos alimentícios brasileiros. O Idec exigiu que a agência adotasse providências imediatas, tendo em vista a proteção à saúde do consumidor.

As empresas e a Anvisa terão o prazo de 10 dias para responder aos questionamentos do Idec.