terça-feira, fevereiro 25, 2014

Mitos e verdades: o que pode ou não impedir o parto normal de acontecer 11




O primeiro parto normal de uma mulher pode durar cerca de 12 horas, segundo especialista

Os dados sobre a ocorrência de partos cesáreos no Brasil são alarmantes. Segundo informações da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), de julho de 2013, no SUS (Sistema Único de Saúde), 40% dos nascimentos ocorrem de forma cirúrgica. Nos hospitais privados, 84%. Os números estão muito acima dos 15% considerados aceitáveis pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Muitas mulheres são desencorajadas a terem seus filhos por meio de parto normal com justificativas médicas das mais variadas. Para esclarecer o que há de mito e verdade nelas, o UOL Gravidez e Filhos conversou com dois especialistas: Julio Elito Junior, professor do Departamento de Obstetrícia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), e Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Falta de dilatação


MITO: a dilatação do colo do útero só acontece com as contrações uterinas, e, portanto, só não acontecerá se o médico não esperar o tempo suficiente –em média de 38 a 40 semanas, podendo chegar a 41–, segundo Julio Elito Junior, da Unifesp. Por isso, dizer que um parto normal ou vaginal não aconteceu por falta de dilatação é um mito. "O trabalho de parto é um processo e, de acordo com a intensidade e frequência das contrações, a dilatação acontece", afirma.

Bacia estreita


VERDADE: segundo o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, o tamanho da bacia da mãe pode impedir um parto vaginal, mas é uma condição muito rara, identificável pelo exame de toque ainda no pré-natal. "É o chamado vício pélvico, quando a mulher possui uma má formação óssea, que não permite que a bacia tenha abertura suficiente para a passagem do bebê." Outra situação que pode impedir o parto natural é a desproporção entre a cabeça do bebê e a bacia da mãe. Para averiguar, a gestante passa pela chamada "prova de parto". Por meio de exames clínicos, durante o trabalho de parto, o obstetra avalia se a cabeça do bebê está descendo pelo canal vaginal ou não. "Acontece quando o bebê é muito grande."

Cordão umbilical enrolado


DEPENDE: de acordo com Nogueira, do Sírio-Libanês, essa situação impedirá o parto normal apenas quando o cordão estiver enrolado e apertado, a ponto de diminuir o fluxo de sangue da placenta para o bebê e os batimentos cardíacos dele, que são monitorados constantemente.

Placenta envelhecida

DEPENDE: uma gestante só não poderá passar por um parto vaginal se essa justificativa estiver atrelada a outros fatores de risco, como diminuição do líquido amniótico e bem-estar do bebê, e se a gravidez tiver passado das 40 semanas. "A placenta envelhece com o passar do tempo de gestação, então, é claro que, com 37 ou 38 semanas, por exemplo, durante um ultrassom, ela seja diagnosticada como dura ou velha", afirma o professor da Unifesp Julio Elito Junior.

Gestante não entrou em trabalho de parto


MITO: de acordo com o médico Julio Elito Junior, 80% dos partos acontecem entre a 38ª e a 40ª semana de gravidez. "Algumas pacientes podem demorar mais ou menos para entrar em trabalho de parto. É possível aguardar sob um acompanhamento mais rigoroso –de três em três dias quando passa da 40ª– para avaliar bem-estar de mãe e filho. Se a partir da 41ª, o trabalho de parto ainda não teve início espontaneamente, é hora de conversar com o médico responsável sobre a indução do parto, mesmo que pelos exames esteja tudo bem com ambos, pois os riscos aumentam consideravelmente", afirma.

Trabalho de parto demorado


MITO: não existe um número de horas de duração do trabalho de parto que inviabilize o nascimento via vaginal. "Não é o tempo que vai definir se aquela mulher vai poder ou não passar por um parto vaginal e sim outros fatores, que envolvem a saúde dela e a do bebê durante esse processo, que serão avaliados pelo médico nesse momento", afirma o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira. Ainda segundo o especialista, o primeiro parto normal de uma mulher pode durar cerca de 12 horas.

Bebê sentado ou atravessado no útero

VERDADE: a partir da palpação do útero ou ultrassom, é possível identificar a posição da criança. A partir daí, se ela estiver em uma dessas duas posições, a cesárea é necessária. "Apenas para o caso do parto pélvico (bebê sentado), quando é detectada essa condição, é feita uma avaliação do histórico da paciente. Caso ela já tenha passado por outros partos normais e todas as condições sejam favoráveis, damos o ok para o parto vaginal. Porém, na maioria das vezes, a cesariana é a melhor opção", fala Julio Elito Junior, professor do departamento de obstetrícia da Unifesp.

Duas ou mais cesáreas anteriores

VERDADE: segundo os especialistas, o risco de ruptura uterina durante o trabalho de parto é muito elevado após duas ou mais cesáreas, pela fragilidade que as cicatrizes causam na parede do útero. Dessa forma, a recomendação é repetir a cesárea, já que o parto normal torna-se muito arriscado. No entanto, após apenas uma cirurgia é possível tentar o parto normal com segurança.

Cirurgia para retirada de mioma uterino

VERDADE: "quando a mulher passa por esse tipo de intervenção, principalmente em casos de mioma intramural –localizado na parede interna do útero–, acontece uma incisão e, consequentemente, essa parede fica fragilizada. Qualquer área com cicatriz é mais frágil do que o tecido normal, o que pode fazer com que o útero rompa-se durante o parto e levar risco à mãe e ao bebê", declara Alexandantere Pupo Nogueira, do Hospital Sírio-Libanês. Ainda segundo o médico, miomas pequenos e que crescem para fora da parede uterina não oferecem esse perigo.



O que colocar no prato e o que evitar durante a Gestação


O que colocar no prato e o que evitar durante a gestação20 fotos

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A gravidez é um período que exige mil e um cuidados com a saúde da futura mãe e do bebê. Dentre eles, vários têm a ver com a alimentação da mulher. Primeiramente porque ela precisa estar saudável para encarar os nove meses bem e depois porque tudo o que ingere, de alguma forma, impacta no desenvolvimento da criança. A seguir, especialistas indicam o que incluir nas refeições e o que evitar ou eliminar | Por Maria Laura Albuquerque - Do UOL, em São Paulo | Fontes: Thaís Ibitinga, nutricionista do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Karen Abrão, ginecologista, obstetra e diretora-adjunta da Escola de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo e Viviane Laudelino Vieira, nutricionista do Centro de Referência para a Prevenção e Controle de Doenças Associadas à Nutrição (CRNutri) da USP 



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Consumo indicado | Carnes vermelhas e carnes brancas: patinho, lagarto, sardinha, dentre outras carnes consideradas magras, são importantes para garantir que não falte ferro no organismo da gestante. Ele é essencial para evitar que a mulher desenvolva anemia depois do nascimento do bebê, já que ela perde muito sangue durante o parto. Thaís Ibitinga, nutricionista da Santa Casa de São Paulo, afirma que o nutriente também é essencial porque atua na formação dos músculos e das células sanguíneas do bebê



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Consumo indicado | Leite e derivados: fornecem cálcio, nutriente que a mulher perde durante a gestação para garantir a formação dos ossos e dos músculos do filho. "É possível escolher entre o leite desnatado e o integral e consumir alimentos como queijos brancos, tofu e outros derivados de soja enriquecidos pela indústria com cálcio", diz a ginecologista e obstetra Karen Abrão 



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Consumo indicado | Folhas verde-escuro: espinafre, escarola e rúcula, por exemplo, não só abastecem o organismo com ferro, como também ajudam na reserva de ácido fólico, item importantíssimo para impedir que o bebê desenvolva defeitos de formação no sistema nervoso. "Além da alimentação, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as gestantes tomem doses suplementares desse componente, em cápsulas, mas tê-lo no prato é válido também", diz a ginecologista e obstetra Karen Abrão. "Verduras, tal como os legumes, ainda são ricas em fibras, o que ajuda o trânsito intestinal, já que gestantes têm mais chances de apresentar constipação", diz Viviane Laudelino Vieira, nutricionista da USP 



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Consumo indicado | Frutas: ricas em vitaminas e minerais, ajudam a manter o equilíbrio metabólico e são integrantes importantes para diversos processos biológicos que fazem a manutenção celular do corpo da mulher. "O ideal é que a grávida coma três frutas diferentes por dia, pois cada uma é rica em determinadas vitaminas", diz a ginecologista Karen Abrão. "A laranja, por exemplo, tem vitamina C, que ajuda o organismo a absorver melhor o ferro proveniente de outras fontes", afirma a nutricionista Viviane Laudelino Vieira. Um cuidado importante a ser tomado por conta do consumo de frutas é com a higienização. Tal como as verduras e os legumes, elas devem ser muito bem lavadas e higienizadas com solução de hipoclorito de sódio própria para o fim, antes de serem levadas à mesa 



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Consumo indicado | Água: de acordo com a ginecologista e obstetra Karen Abrão, quando grávida, a mulher corre o risco de desidratar facilmente assim como idosos e crianças. Por isso, precisa beber água com frequência, mesmo que não sinta sede. No mais, nesse período, o corpo feminino passa a precisar muito de líquidos para abastecer novos processos do organismo e também para ajudar o bom desempenho intestinal. "De nada adianta garantir a ingestão de fibras se ela não beber água. O intestino continuará preso", fala a médica. Água de coco, sucos e chás também podem ser consumidos para garantir uma boa hidratação, mas a água "in natura" (pelo menos, dois litros por dia) deve ser prioridade



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Consumo indicado | Gengibre: indicado para evitar e combater enjoos porque tem 6-gingerol, que alivia os músculos gastrointestinais. "Basta cortar o gengibre em lascas e mascá-las", fala a ginecologista e obstetra Karen Abrão. Ela também recomenda a ingestão de alimentos secos, frios e sem odor forte, como cenoura crua. A nutricionista Viviane Laudelino Vieira ainda soma à lista outros alimentos cítricos, como abacaxi, limão e morango para trazer alguma sensação de alívio no caso de a gestante se sentir enjoada



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Consumo indicado | Leguminosas: feijão, grão de bico, soja e lentilha são fontes de ferro, proteínas e fibras. Eles contribuem para a formação dos tecidos e do sangue do bebê 



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Consumo indicado | Turbérculos e raízes: mandioca, batata e mandioquinha, entre outros alimentos do grupo, são importantes porque são fontes de carboidratos, fornecedores de energia para a gestante. "As necessidades energéticas da mulher aumentam cerca de 20% durante a gravidez", diz Viviane Laudelino Vieira, nutricionista da USP 



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Consumo indicado | Cereais: garantem dose extra de energia para a futura mãe. Thaís Ibitinga, nutricionista da Santa Casa de São Paulo, afirma que é bom que o corpo seja abastecido com esses alimentos para evitar que ele pegue energia de gorduras e proteínas, deixando esses itens para serem usados para o desenvolvimento da criança no útero da mãe 



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Consumo indicado | Gorduras saudáveis: o organismo precisa de azeite de oliva, nozes e castanhas, fontes de gordura boa, para a formação do sistema nervoso do bebê



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Consumo moderado | Café: por ser rico em cafeína, aumenta o risco de abortamento e pode causar diminuição do peso fetal se consumido em excesso. Por isso, quanto menos, melhor. A ginecologista e obstetra Karen Abrão recomenda restringir a ingestão: duas xícaras pequenas por dia, caso a mulher tenha o costume de consumir a bebida. Outros alimentos ricos em cafeína, que por isso também devem ser consumidos com moderação: chá mate, chá preto e refrigerantes à base de cola 



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Consumo moderado | Chocolate: se consumido em excesso, Thaís Ibitinga, nutricionista da Santa Casa de São Paulo, afirma que o doce pode ajudar na formação de gases e provocar cólicas na gestante, porque é composto por açúcares que o intestino tem dificuldade de processar



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Consumo moderado | Adoçante: embora não exista comprovação científica categórica, há sérios indícios considerados pelos médicos sobre os adoçantes à base de sacarina e ciclamato. Eles devem ser eliminados do cardápio porque podem causar problemas de desenvolvimento no bebê e até provocar o surgimento de cânceres futuros. Por sua vez, o aspartame e a sucralose são adoçantes liberados para consumo moderado e com aval médico depois da 12ª semana de gestação (período em que a formação dos órgãos do bebê já terminou), de acordo com a ginecologista e obstetra Karen Abrão



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Consumo moderado | Sal: o ingrediente tão comum na culinária brasileira deve ser usado com moderação porque faz o organismo reter líquido e inchar, e a gravidez é um período em que a retenção acontece naturalmente. Além de usar menos sal na hora de temperar a comida, Viviane Laudelino Vieira, nutricionista da USP, recomenda diminuir os temperos industrializados, que também contêm muito sal 



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Consumo moderado | Farinha branca: "se consumida de modo excessivo, altera a taxa de glicemia do sangue e com isso abre espaço para o desenvolvimento da diabetes gestacional, que torna a gravidez de risco", afirma Thaís Ibitinga, nutricionista da Santa Casa de São Paulo 



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Consumo moderado | Linguiças e salsichas: ricas em sódio, fazem o organismo reter líquidos e, consequentemente, inchar. "Fazem parte do mesmo grupo macarrão instantâneo, frios, enlatados e alimentos processados", diz Karen Abrão, diretora-adjunta da Escola de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi



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Consumo moderado | Bebidas gaseificadas: além de contribuir para o ganho de peso da gestante, se fizerem parte da alimentação rotineira, podem colaborar para a formação de gases intestinais na mulher, se ela tiver tendência à flatulência, causando desconfortos 



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Consumo proibido | Bebidas alcóolicas: embora não existam estudos clínicos que comprovem se a ingestão moderada de álcool faz mal para a criança, os especialistas são categóricos ao afirmar que o consumo deve ser suspenso. "Beber vinho ou outra bebida alcóolica de forma habitual pode provocar problemas no desenvolvimento da criança e desencadear atraso mental, hiperatividade e má-formação", declara Thaís Ibitinga, nutricionista da Santa Casa de São Paulo 



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Consumo proibido | Carnes cruas: "devem ficar fora do cardápio da gestante durante os nove meses", diz a obstetra Karen Abrão. Segundo a médica, são fontes potenciais para a ocorrência de infecções bacterianas, que alteram a quantidade de líquido amniótico, e para o desenvolvimento de toxoplasmose, doença que pode causar sequelas cerebrais e oftalmológicas no bebê. Por também apresentarem risco de contaminação, devem ser evitados ovos crus ou mal cozidos, mel comprado em locais pouco confiáveis e demais alimentos que não apresentem certificação do Ministério da Agricultura ou do Ministério da Saúde