quinta-feira, março 13, 2014

Veja Alguns Mitos e Verdades sobre a Carne Vermelha



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Carne vermelha é rica em muitos nutrientes importantes para o organismo. VERDADE: considerada uma fonte proteica de alto valor biológico, é composta por todos os aminoácidos, essenciais e não essenciais. Tais elementos são fundamentais para a formação e renovação celular de todo o organismo. A carne ainda é rica em mioglobina, que promove o transporte de oxigênio para as células musculares; ácido linoleico conjugado (CLA), responsável pela queima de gordura e defesa contra doenças; e uma série de vitaminas e minerais, como vitamina B12, ferro, zinco, magnésio, sódio e potássio. A grande oferta da B12 é um dos pontos a favor do alimento, já que sua falta pode causar anemia megaloblástica (aquela em que os glóbulos vermelhos são maiores que o normal) e mudanças no sistema nervoso (como dificuldade de locomoção e expressão) que, se não socorridas a tempo, podem desencadear deterioração mental e paralisia. O fato de conter todos os aminoácidos, por sua vez, faz com que o item seja especialmente recomendado para os praticantes de atividade física, pois auxilia na recuperação e crescimento muscular 

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O homem não precisa de carne vermelha para ter boa saúde. VERDADE: embora seja uma excelente fonte de proteínas e vitaminas, não é a única. Vegetarianos terão saúde se conseguirem ingerir alimentos variados e de qualidade, que substituam a carne vermelha. "Itens de origem vegetal trazem nutrientes suficientes para suprir a falta da carne. Porém, é preciso ficar atento, sempre, para o suporte adequado da vitamina B12 e do ferro, este último oferece uma biodisponibilidade (velocidade de absorção) baixa nos vegetais", salienta o nutrólogo André Veinert. Vale prestar atenção, também, para que o menu não seja pobre em cálcio, presente no leite e em seus derivados 

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Não existe nenhum outro alimento que possa substituir a carne vermelha.MITO: dá para diminuir sua ingestão ou mesmo excluí-la do cardápio, porém, de forma consciente: será necessário incluir outros alimentos proteicos em quantidades significativas e adequadas. Isso significa priorizar grãos (feijão, soja, grão de bico, ervilha, lentilha), leguminosas, beterraba crua, espinafre e couve. "É de extrema importância manter um menu equilibrado e diversificado, tendo o acompanhamento de um endocrinologista ou nutricionista para se assegurar de que os níveis consumidos estão corretos", enfatiza a endocrinologista Carolina Mantelli Borges. Por meio de exames, o especialista conferirá se as taxas de vitamina B12 e ferro estão apropriadas, sem necessidade de suplementação. "A carne branca oferece características semelhantes à vermelha, mesmo com alguns nutrientes em menor concentração. Em relação aos vegetais, entretanto, não existe um único alimento que a substitua, daí a necessidade de os vegetarianos ficarem atentos à variedade", completa o nutrólogo André Veinert

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Dependendo da forma de preparo, o prato com carne ficará mais ou menos saudável. VERDADE: carnes preparadas fritas em imersão aumentam o grau de gorduras saturadas, que elevam o colesterol ruim (LDL) que se deposita nas artérias, fazendo com que cresçam os riscos de problemas no coração. Sem falar que sobe o valor calórico do prato. "Prefira consumir carnes grelhadas, cozidas ou assadas, que mantêm os benefícios do alimento e são mais saudáveis", recomenda o nutrólogo André Veinert, da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) e da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral 

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O ferro da carne vermelha é melhor do que o encontrado nos vegetais. VERDADE: em comparação com as fontes vegetais, ele apresenta maior taxa de absorção pelo organismo, o que tem a ver com a estrutura química do mineral. "Mesmo que alguns vegetais disponibilizem boa quantidade de ferro em sua composição, como é o caso das folhas verde-escuras, nosso organismo terá dificuldade em digeri-lo. O mineral, quando oriundo da carne bovina, por outro lado, tem melhor biodisponibilidade", diz André Veinert. As melhores fontes de ferro vegetal são agrião, beterraba crua, espinafre, salsa, ervilha, grão de bico, lentilha, feijão vermelho, grãos integrais, nozes, castanhas e frutas secas 

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Para não ter problemas de saúde, vale dispensar a gordura que vem aderida à carne vermelha. VERDADE: "É importante fazer isso antes do preparo", diz a endocrinologista Carolina Mantelli Borges, advertindo que, depois de pronta, parte dela já terá penetrado nas fibras do alimento. "Além disso, há outra gordura no meio das fibras do músculo, chamada marmoreio, que é tão prejudicial quanto a externa, e quase impossível de separar. Ela se desenvolve quando o gado engorda de maneira rápida, como na criação intensiva, ou de forma tardia. Por isso, vale escolher, sempre, os cortes mais enxutos". O nutrólogo André Veinert completa dizendo que a capa de gordura é fonte pura de gordura saturada, aumentando o risco de eventos cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e derrames. "Retire esta camada, sempre, e consuma na forma grelhada, assada ou cozida. Na compra, peça ao açougueiro para remover a gordura ou pele aparente".

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Quem está de dieta não deve consumir carne. MITO: cortes mais magros, como patinho ou lagarto, não colocam a forma em risco, ainda mais se forem preparados sem imersão em óleo e se a capa de gordura for retirada. "Fritas ou à milanesa, nem pensar para quem está de regime. Como qualquer alimento, a carne vermelha fará mal se consumida em excesso. A pessoa dificilmente a substituirá por cenouras e tomates. Em geral, ela é trocada por carboidratos. Menus com baixo teor de gordura animal quase sempre são fartos em pães, massas, tortas e doces. E é aí que mora o problema", reflete a médica pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade de São Paulo (USP), Carolina Mantelli Borges. Vale acrescentar que refeições sem excesso de calorias ajudam a prevenir males como obesidade, diabetes, hipertensão, reumatismo, resistência à insulina, câncer, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças degenerativas 

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Comer carne vermelha todos os dias não é recomendável. VERDADE: para o nutrólogo André Veinert, o consumo deve ser moderado e acompanhado de alimentação saudável e prática regular de atividade física: "O excesso diário em corte e preparo errados, e os tipos processados, como a salsicha, devem ser evitados, já que sabemos que o aumento de doenças cardiovasculares e de câncer no aparelho digestivo pode estar ligado à ingestão exagerada de carne e gordura". A endocrinologista Carolina Mantelli Borges, por sua vez, diz que o ideal é comer cerca de três vezes por semana, em cortes magros e dentro de refeições equilibradas. "Sugiro variar entre carnes, peixes e aves, oferecendo outras oportunidades nutricionais ao organismo". 

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Vegetarianos podem ser tão saudáveis quanto quem come carne. VERDADE: neste caso, os vegetarianos têm que substituir a carne por nutrientes encontrados em vegetais ou suplementos alimentares. "Não existe um único vegetal que traga toda a riqueza da carne. Então, as refeições devem ser muito variadas. Recomendo, ainda, que realizem exames de rotina, repondo nutrientes, por exemplo, quando necessário", diz o nutrólogo André Veinert 

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Pessoas com colesterol elevado devem consumir carne vermelha com moderação. VERDADE: ela é fonte importante de gordura saturada que, em exagero, aumenta o perigo de eventos cardiovasculares. "Indivíduos com colesterol alto precisam evitar as gorduras, especialmente as de origem animal, como carne, ovos, leite e derivados", aconselha o especialista em Nutrologia pelo Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, André Veinert. "Comer carne vermelha não faz mal ao coração se o indivíduo opta pelos cortes magros, sem gordura alguma, e servidos em porções frescas de apenas 150 g ao dia", completa a responsável pela área de endocrinologia da Clínica de Especialidades Integrada (SP), Carolina Mantelli Borges, acrescentando que estudos recentes apontam que o item, nas condições citadas, não eleva os níveis de colesterol nem traz riscos à saúde cardiovascular 

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Quem tem propensão a doenças cardiovasculares não pode exagerar na ingestão. VERDADE: segundo pesquisa publicada na revista científica "Nature Medicine", o metabolismo da substância L-carnitina (presente na carne vermelha) por bactérias no intestino produz uma substância que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, podendo desencadear um processo de aterosclerose. Os estudiosos descobriram, ainda, que um componente derivado da L-carnitina, TMAO, eleva as chances que males cardiovasculares surjam. "O alimento traz gordura saturada que, em excesso, está associada a estas moléstias, obesidade e diabetes. Quem tem colesterol elevado, então, precisa ficar atento para que as taxas não subam", adverte a médica pós-graduada em endocrinologia, Carolina Mantelli Borges 

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Carne de churrasco e embutidos são perigosos para a saúde. VERDADE: carne superaquecida e torrada, típica do churrasco, é rica em substâncias que favorecem o desenvolvimento de câncer no intestino, diz o médico André Veinert. O problema está no composto conhecido como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), que se formam quando a gordura respinga no carvão, se junta à fumaça e adere à carne. "Pesquisas indicam que a ingestão elevada de HPAs representa riscos à saúde". Em relação aos embutidos, cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA) analisaram 20 estudos, com mais de um milhão de pessoas de diversas partes do mundo, sobre os efeitos da carne processada. Além de confirmar a relação com o câncer no intestino, descobriram que 50 g diários de itens como bacon, salsicha e presunto aumentam o risco de males cardíacos em 42% e de diabetes tipo 2 em 19%. Esta quantidade equivale a duas fatias finas de bacon ou uma salsicha. A explicação estaria relacionada aos processos de salgamento, cura ou defumação que, em geral, envolvem muito sal e conservantes químicos 

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Os peixes são ótimos substitutos para a carne vermelha. PARCIALMENTE VERDADE: peixes são excelentes fontes de ácidos graxos insaturados, gorduras do tipo monoinsaturada e poli-insaturada que contribuem para o aumento do bom colesterol (HDL) e diminuição do mau (LDL). A digestão deles em geral é mais fácil e alguns (como o salmão) são ricos em ômega 3, que previne o aparecimento de doenças cardiovasculares. "E, ainda, oferecem menos quantidade de gordura saturada e colesterol, por isso seu consumo deve prevalecer em relação à carne vermelha. Porém, o teor de ferro é mais baixo, e isso deve ser levado em consideração na hora de montar o cardápio para que as refeições sejam equilibradas", observa a endocrinologista Carolina Mantelli Borges. "A pescada e a sardinha são outros exemplos magros e saudáveis", complementa o nutrólogo André Veinert 

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Não é bom comer carne vermelha à noite. VERDADE: comer neste período, e em demasia, pode causar desconforto, já que o item demora a ser digerido e fica mais tempo no estômago. "Se for consumir, prefira as partes magras e aguarde algumas horas antes de deitar", recomenda o médico graduado pela Universidade de Ribeirão Preto, André Veinert. A também médica Carolina Mantelli Borges ressalta que a ingestão exagerada leva ao sono interrompido ou até mesmo a uma noite em claro. "A combinação de aminoácidos causa uma ativação no sistema nervoso simpático, responsável por deixar o corpo em alerta, favorecendo uma descarga de adrenalina. Além disso, tais elementos competem com outro aminoácido que contribui para o sono, o triptofano. Portanto, é melhor comer o bife suculento na hora do almoço"

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A carne vermelha torna a digestão mais lenta. VERDADE: para digerir o alimento, o estômago necessita de quase o dobro de ácido clorídrico do que emprega normalmente em uma porção de carboidratos, por exemplo. "Por ser rica em proteínas, a carne vermelha permanece no órgão mais tempo, sendo seu processo digestivo feito entre três e oito horas", diz a endocrinologista Carolina Mantelli Borges. "Por sua estrutura e pela gordura que traz, ela faz com que o esvaziamento do estômago se dê em mais tempo", complementa o nutrólogo André Veinert

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O melhor acompanhamento para a carne vermelha são alimentos leves, como legumes e vegetais. VERDADE: tais itens são saudáveis e compõem uma dieta balanceada. Legumes, verduras e fontes de carboidratos, como arroz e massa, são bons parceiros para a carne vermelha, considera o nutrólogo André Veinert. Tal cuidado, completa a endocrinologista Carolina Mantelli Borges, evitará a sensação de estômago estufado e digestão pesada 

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Quem abusa do consumo diário de carne vermelha, pode ter problemas de saúde. VERDADE: "O aumento de doenças cardiovasculares e de câncer do aparelho digestivo parece estar ligado à ingestão de carne e gordura", adverte o nutrólogo André Veinert. "E há outros riscos, como obesidade, diabetes, aumento do colesterol e hipertensão", conclui a endocrinologista Carolina Mantelli Borges

Comer muita proteína animal na meia-idade 'faz tão mal quanto fumar'

  • Para uma pessoa de meia-idade, o consumo não deveria ultrapassar um bife grande por dia
    Para uma pessoa de meia-idade, o consumo não deveria ultrapassar um bife grande por dia
Pessoas de meia-idade que comem laticínios tem um risco de ter câncer semelhante ao de quem fuma 20 cigarros por dia. Segundo estudo publicado na revista científica "Cell Metabolism", quem segue uma dieta rica em proteína de origem animal tem uma propensão quatro vezes maior de desenvolver tumores malignos em comparação com quem come pouco desses itens. 
Pesquisadores chegaram a essa conclusão após rastrear cerca de 6.400 americanos ao longo de 18 anos. "Fornecemos evidências convincentes de que uma dieta rica em proteínas - especialmente as derivados de animais - é quase tão ruim para a saúde quanto fumar", disse Valter Longo, da Universidade do Sul da Califórnia, "The Daily Telegraph".
Uma dieta de alto teor de proteína foi definida no estudo como aquela em que pelo menos 20% das calorias diárias provém desse nutriente. Os pesquisadores recomendam limitar o consumo para 0,8 g de proteína por quilo de peso corporal por dia durante a meia-idade - para uma pessoa de 70 kg, seria aproximadamente 56 g ao dia, cerca de dois bifes de peito de frango ou um bife de carne de vaca. 
Eles também sugerem que as pessoas troquem carnes, ovos e laticínios por peixe, feijões e lentilhas, que também são ricos em proteínas. 
Segundo Longo, o excesso de proteínas animais age em um hormônio chamado IGF1, que é responsável pelo crescimento, mas também acelera o envelhecimento e alimenta os tumores. 
No entanto, os pesquisadores também descobriram que a proteína é importante para os idosos - evita a fragilidade e ajuda a manter o peso saudável, uma vez que os mais velhos possuem menos IGF1.
Após os 65 anos, aqueles que consumiam boas quantidades do nutriente tinham menos chances de morrer, de acordo com o estudo. Para indivíduos dessa faixa etária, a recomendação é que as proteínas representem, em média, 15% das calorias diárias.
Alguns especialistas britânicos criticaram a ligação que o estudo fez com o hábito de fumar, já que proteínas são importantes para o organismo e o cigarro não oferece qualquer benefício.
O professor Tim Key, do Cancer Research, no Reino Unido, ressaltou, ainda, que são necessários mais estudos para afirmar com precisão se a dieta rica em proteínas aumenta o risco de pessoas de meia-idade morrerem de câncer. 

Mutação ligada a câncer é identificada



Rio - Uma mutação do vírus da hepatite C (HCV) pode estar ligada ao surgimento de câncer de fígado em pacientes brasileiros, informa pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz. O estudo, publicado em fevereiro no Journal of Medical Virology, aponta para a descoberta de um marcador precoce desse tipo de câncer em pessoas com hepatite viral crônica - o câncer se mostrou mais comum em portadores do subtipo 1b do vírus com a mutação chamada R70Q.

O biólogo Oscar Rafael Carmo Araújo, que defendeu dissertação de mestrado sobre o tema, analisou amostras de sangue de 106 pacientes infectados pelo HCV em tratamento no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio - 40 tinham tumor no fígado, 40 cirrose (estágio que precede o aparecimento do câncer) e 26 não tinham câncer nem cirrose.

Do total, 41 estavam contaminados por um subtipo do vírus da hepatite C, o genótipo 1b. Foi o grupo que se mostrou mais suscetível ao agravamento da doença, quando havia a presença da mutação R70Q. Desses 41, 30 tinham câncer ou cirrose - ao se analisar o DNA do vírus, a mutação estava presente em metade dos casos.

Dos pacientes que foram contaminados pela cepa 1b e tinham câncer, 42,9% apresentavam o vírus com a mutação. Entre aqueles com cirrose, a mutação aparecia em 56,3%. Já no grupo que tinha o vírus 1b da hepatite C, mas não tinha cirrose ou câncer, a R70Q só aparecia em 9,1%. Pacientes contaminados pelos genótipos 1a e 3a também apresentaram a mutação R70Q, mas os casos de câncer e cirrose entre esses pacientes não foi estatisticamente significante.

ligação entre a mutação do vírus 1b e o surgimento do câncer de fígado em pacientes com hepatite C já havia sido descrita em pesquisas feitas no Japão, explica a pesquisadora Natalia Motta de Araujo, coordenadora do estudo. Mas foi a primeira vez que se mostrou essa associação também em pacientes brasileiros. “A taxa de sobrevida do paciente com câncer de fígado cai na medida em que a doença se desenvolve mais. É uma doença silenciosa, o que dificulta o diagnóstico. Queríamos encontrar um marcador que pudesse sinalizar para a possibilidade do aparecimento do câncer”, explica Natália.

Dados da American Cancer Society apontam que a sobrevida dos pacientes, cinco anos após a descoberta do tumor, é de 15%. Essa proporção sobe para 50% se o câncer for descoberto em estágio inicial e alcança 70% se o paciente passou por transplante.

Natalia ressalta que a descoberta da associação entre a mutação genética e o hepatocarcinoma não impede o surgimento do câncer. “É um dado a mais para levar o médico a ficar mais atento, a pedir exames que podem identificar o tumor precocemente”, afirma Natalia. A hepatite C é a principal causa de câncer de fígado no Brasil, e responde por 54% dos casos. Em seguida, vêm hepatite B (16%) e alcoolismo (14%).

Próximo passo

Na próxima fase do estudo, os pesquisadores vão analisar também os fatores que levam ao desenvolvimento do câncer. “Agora, vamos analisar o DNA do paciente”, afirma Natalia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cientistas vinculam câncer de ovário ao sobrepeso



As mulheres com sobrepeso ou obesidade têm mais possibilidades de desenvolver câncer de ovário que as que mantêm um peso saudável. É o que revela um estudo do Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer (WCRF, na sigla em inglês).
Até agora os cientistas tinham relacionado a obesidade ou o excesso de peso a outros tipos de cânceres como o de útero, mama ou cólon, mas os especialistas dessa organização britânica associaram também os de ovário após avaliar 128 estudos realizados sobre a doença.
Até agora se conheciam como fatores de risco do câncer de ovário a idade e o histórico familiar.
Os especialistas do chamado Projeto Contínuo de Atualização, área de pesquisa do WCRF, avaliaram os 128 estudos junto com outras 25 análises sobre o câncer de ovário e o IMC (Índice de massa corporal), que mede o conteúdo de gordura corporal em relação à estatura e ao peso de uma pessoa.
As mulheres que têm um IMC abaixo de 18,5 são consideradas magras, enquanto entre 18,5 e 24,9 são índices normais, mas quando é superior a 25 é sobrepeso.
De acordo com os pesquisadores, quando o índice de massa corporal é de 30 ou superior, a mulher está obesa.
"Há provas de uma associação entre a gordura (fixada pelo IMC) e o câncer de ovário. Uma maior gordura é uma causa provável de câncer de ovário nas mulheres", afirmou a chefe do departamento de pesquisa do WCRF, Rachel Thompson.
"Agora podemos dizer com certeza que estar com sobrepeso ou obeso aumenta o risco de desenvolver câncer de ovário, assim como é com outros cânceres, como mama, útero ou cólon", acrescentou.
Segundo Thompson, conhecer este vínculo pode ajudar que as mulheres possam fazer mudanças em seu estilo de vida.
A estimativa é que a cada ano são diagnosticados 7.100 novos casos de câncer de ovário no Reino Unido e 4.300 mulheres ao ano morrem por esta doença.