terça-feira, julho 03, 2012

Bebê de quatro meses toma 20 remédios por dia após transplante de fígado

Com 40 dias, Artur começou a apresentar vômitos


  • Com 40 dias, Artur começou a apresentar vômitos
Um bebê de Jaboticabal (342 km de São Paulo) de apenas quatro meses toma cerca de 20 tipos de medicamentos por dia durante recuperação de uma cirurgia de transplante de fígado. O menino sofria de hepatite aguda grave, doença rara que leva à morte em poucos dias.

O drama da família de Artur começou 40 dias após seu nascimento, em fevereiro. Segundo o pai da criança, o faturista Adalberto Cristófaro, 38, o filho passou a apresentar vômitos e diarreia frequentemente.

Após ser internado em Jaboticabal, Artur foi transferido para a UTI de um hospital de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Lá, a criança permaneceu sob cuidados médicos por cerca de 30 dias. “Ele melhorava e piorava rapidamente. Aí uma médica percebeu que era caso de transplante”, disse o pai.

Para transferir o filho de Ribeirão Preto para o Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas de São Paulo, para ser submetido à cirurgia, a família se deparou com outro problema: o transporte não poderia ser por uma ambulância comum.

“O fígado poderia se desintegrar com as trepidações do veículo. Foi preciso uma UTI aérea, que custou R$ 20 mil. O pagamento foi feito pela empresa na qual trabalho”, contou.

Em São Paulo, Artur foi inscrito na fila de espera por órgãos, no início de maio. Embora o transplante de fígado possa ser realizado entre pessoas vivas, ninguém na família do bebê atendia aos requisitos para a doação.

“Precisava ser alguém com idade entre 18 e 40 anos, com até 60 quilos e o mesmo fator sanguíneo. Mas ninguém na família se encaixava nesse perfil”, disse o pai.

Artur acabou recebendo um fígado de uma criança de sete anos que morrera de meningite. O órgão precisou ser reduzido de tamanho para atender à necessidade do bebê. A família fala que, a partir daí, a criança renasceu. “O tempo de permanência na UTI no pós-operatório é de dez dias. Mas o Artur saiu três dias depois. Os médicos se espantaram com tamanha rapidez.”


Vida nova


Segundo o médico Ênio David Mente, 46, coordenador operacional de transplantes de fígado do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, a hepatite aguda grave, ou hepatite fulminante, é transmitida por vírus ou decorrente de reação a medicamentos. “Se não for feito um transplante rapidamente, a maioria dos casos leva a óbito".

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