quinta-feira, novembro 15, 2012

É possível engravidar após a menopausa? Saiba mais sobre essa fase da vida da mulher


Engana-se quem pensa que a menopausa é o fim para aquelas mulheres que querem engravidar. Hoje, com o avanço da ciência, é possível ter filhos até quando o corpo feminino for capaz de aguentar, por meio da utilização de óvulos de doadoras.

"Se desejar, a mulher tem de fazer um tratamento intensivo e um procedimento de fertilização in vitro. Não há limite de idade, cada pessoa é cada pessoa, e o índice de gestação em casos de esterilidade chega a 60%", afirma Elizabeth Leão, ginecologista do hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

As especialistas lembram, no entanto, que é sempre bom ser prudente. "O útero não envelhece e, sendo preparado, pode receber um embrião e a mulher engravidar. Entretanto, sempre tem que se ter bom senso e também não colocar a mulher em risco com uma gravidez", diz a ginecologista Amanda Volpato Alvarez, especialista em medicina reprodutiva do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Assistida)

"O médico sempre tem de ser criterioso e ver aquelas que podem, pois uma gravidez aos 45 anos é diferente de uma aos 25", completa Leão. Uma avaliação cardiológica é sempre aconselhável, uma vez que a gravidez pode sobrecarregar a atividade cardíaca. Mulheres que já tenham algum problema de saúde, como hipertensão arterial e diabetes, por exemplo, devem avaliar com cautela os riscos de uma gravidez em idade avançada. "E claro, pensar também na criança, porque, quanto mais idade tem o casal, maiores as chances de a criança ficar órfã cedo", lembra Alvarez.


Oscilações hormonais


Durante a menopausa, ocorrem inúmeras mudanças hormonais no corpo feminino, que podem ou não trazer desconforto. As principais alterações ocorrem na produção de estrogênio, hormônio responsável pelo desenvolvimento do útero e pelo ciclo de ovulação, e a progesterona, que controla a menstruação.  "As ondas de calor resultantes das oscilações hormonais são o mais típico sintoma. Elas estão presentes em 60% a 75% das mulheres", afirma Alvarez. 

Outras alterações comuns nesta fase são no aspecto da pele, queda de cabelos e aumento de peso. Algumas mulheres apresentam ainda insônia, depressão e ansiedade.

São comuns também a diminuição da libido e a secura vaginal. Porém, Leão lembra que cada mulher é um universo e esses problemas podem ter mais a ver com a fase da vida em que acontece a menopausa do que, de fato, com as alterações hormonais do período. "A diminuição é discreta e compatível com o que acontece na vida da pessoa no momento, que em geral vive um relacionamento antigo", diz a médica.

Para todos esses sintomas, a terapia de reposição hormonal, que causa grande medo em algumas mulheres, é a mais indicada, segundo as especialistas. As contraindicações são para mulheres com histórico de câncer de mama, doenças coronarianas e doenças tromboembólicas.


No álbum abaixo, saiba mais sobre essa fase tão importante da vida da mulher.


                               
 - A data da primeira menstruação é o que determina a menopausa. MITO: não existe relação entre a menarca (primeira menstruação) e a parada do ciclo. A data da menopausa é determinada, principalmente, por fatores genéticos Thinkstock
 
 
 
                                
 - Exercícios ajudam a lidar melhor com o climatério. VERDADE: a atividade física ajuda a melhorar o humor e a disposição, além de prevenir doenças cardíacas e osteoporose e ajudar a manter o peso Thinkstock
 
 
 
                                 
 - O ideal é que a menopausa ocorra após os 50 anos. MITO: não existe uma idade ideal para que a menopausa chegue, sendo que a partir dos 45 anos é considerada normal. Se ocorrer antes dos 40 anos, no entanto, ela é tida como precoce. "Mulheres com história de câncer ou quimioterapia podem ter sua menopausa adiantada", diz a ginecologista Amanda Volpato Alvarez Thinkstock
 
 
 
                                
 - A mulher pode engordar ao utilizar hormônios. MITO: "A terapia hormonal não está relacionada com o ganho de peso, o que se sabe é que com o avançar da idade existe um aumento do índice de massa corporal relacionado com a diminuição dos gastos calóricos e aumento da ingestão calórica", explica a ginecologista Amanda Volpato Alvarez Kokhanchikov/Shutterstock
 
 
 
                              
 - Menopausa precoce é quando a mulher entra no climatério entre 30 e 40 anos. VERDADE: a parada da menstruação e a ausência de ciclos ovulatórios abaixo dos 40 anos é considerada precoce. "Muitas vezes é de causa desconhecida, mas pode ter fundo genético ou ser causada por doenças autoimunes, doenças da tireoide e diabetes mellitus", explica a ginecologista Amanda Volpato Alvarez Thinkstock
 
 
 
                              
 - Quem tem menopausa precoce pode ter mais doenças na velhice. VERDADE: "A mulher que entra precocemente na menopausa tem um risco aumentado de apresentar doenças cardíacas e osteoporose", afirma Amanda Volpato Alvarez, especialista em medicina reprodutiva do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Assistida) Thinkstock
 
 
 
                             
- Existem formas de retardar a menopausa. MITO: não tem como se retardar uma menopausa, já que são principalmente fatores genéticos que determinam o seu início Thinkstock
 
                            
 - É comum a mulher sentir ondas de calor e suar bastante à noite durante a menopausa. VERDADE: "As ondas de calor são resultantes das oscilações hormonais desse período", explica Elizabeth Leão, ginecologista do hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Os sintomas surgem inesperadamente como crises de calor sufocante no tórax, pescoço e face, muitas vezes acompanhadas de rubor no rosto (a temperatura da pele chega a subir cinco graus), sudorese, palpitações e ansiedade Thinkstock
 
 
 
                           
 - Pele, unhas e cabelo mudam após a menopausa. VERDADE: quando a menopausa chega, a pele fica mais seca e fina, as unhas se tornam fracas e o cabelo tende a cair. "Essas mudanças, em especial no tônus da pele, é resultado de um processo geral de envelhecimento", explica a ginecologista Elizabeth Leão Thinkstock
 
 
 
                          
 - A reposição hormonal ajuda a controlar os sintomas da menopausa. VERDADE: na terapia de reposição hormonal um ou mais estrogênios, usualmente em combinação com progesterona (e algumas vezes com testosterona) são administrados para compensar parcialmente a redução dos níveis destes hormônios no organismo, e com isto minimizar os sintomas causados pela diminuição dos mesmos. "Até o início dos anos 2000, era normal fazer a reposição. Mas um estudo americano divulgado na época gerou um pânico nas mulheres, mas quem não teve alguma doença maligna, como câncer de mama, pode fazer o tratamento", diz a ginecologista Elizabeth Leão. De acordo com ela, sintomas como as "ondas de calor", diminuição de libido, depressão e insônia podem ser amenizadas com a reposição hormonal Shutterstock
 
 
 
                          
 - A mulher fica com a vagina mais seca após a menopausa. VERDADE: a falta de estrogênio leva à secura vaginal, que pode ser tratada com cremes vaginais com hormônios, em mulheres que não tenham contraindicação para o uso dos mesmos Shutterstock
 
 
 

                           
 - A reposição de cálcio é importante para evitar problemas ósseos após a menopausa. VERDADE: a reposição na menopausa de cálcio e vitamina D ajuda na prevenção de fraturas e da osteoporose. "Mas a melhor maneira de se prevenir este tipo de problema na velhice é ter uma alimentação rica em cálcio na infância, o que garantirá uma boa massa óssea no futuro", diz Amanda Volpato Alvarez, especialista em medicina reprodutiva do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Assistida) Kham Tran
 
 
 
                            
 - Após a menopausa, a mulher não engravida mais. PARCIALMENTE VERDADE: a mulher não engravida mais de forma natural após a menopausa, mas por meio de tratamentos como a reprodução assistida é possível uma gravidez após o climatério. "Com a utilização de óvulos de doadoras é possível, já que a mulher na menopausa não tem mais óvulos, mas o útero pode ser preparado e receber uma gestação sem problemas", explica Amanda Volpato Alvarez, especialista em medicina reprodutiva do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Assistida). "Não existe limite de idade, pois cada pessoa é cada pessoa. O médico sempre tem de ser criterioso e ver aquelas que podem, quais os riscos, se tem outras doenças, problemas cardíacos, pois uma gravidez aos 45 anos é diferente de uma aos 25", completa a ginecologista Elizabeth Leão Thinkstock
 
 
 
                             
 - Insônia, depressão e ansiedade são comuns na menopausa. VERDADE: são sintomas muito frequentes, principalmente no climatério. "A mulher já tem algum componente que pode levar à depressão e quando chega a menopausa e seus sintomas, acaba fechando esse quadro depressivo. Já a insônia está ligada às ondas de calor, que causam problemas para dormir", diz a ginecologista Elizabeth Leão Getty Images
 
 
 
                             
- Após a menopausa, corre-se mais risco de desenvolver doenças. VERDADE: mulheres pós-menopausa têm risco aumentado para doenças cardiovasculares e osteoporose. "Pode haver aumento da probabilidade da perda do tônus da musculatura perineal (que segura os órgãos pélvicos). Isso acontece gradativamente durante a vida, mas pode se acelerar após a menopausa", explica a ginecologista Elizabeth Leão Thinkstock
 
 
 
                              
 - Todas as mulheres podem fazer reposição hormonal. MITO: a reposição hormonal é indicada apenas para as mulheres que tenham os sintomas da menopausa, como as "ondas de calor", e que não tenham contraindicações, como histórico de câncer de mama, doenças coronarianas e doenças tromboembólicas Getty Images/Thinkstock
 
 
 
                              
 - A menopausa causa diminuição da libido. VERDADE: com a menopausa, há uma redução dos hormôniosfemininos (estrogênio) e também dos hormônios masculinos (testosterona) que estão relacionados com o libido na mulher. "Ela pode causar, mas não é toda mulher que tem. A diminuição é discreta e não chega a ser esse fantasma", diz a ginecologista Elizabeth Leão Getty Images
 

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