Entre as muitas dúvidas que passam a povoar os pensamentos de uma
mulher quando ela recebe o resultado positivo do teste de gravidez está
sobre a segurança ou não de dirigir nessa fase da vida, em que são
intensas as modificações físicas e emocionais.
Não existe consenso entre médicos ginecologistas e obstetras sobre até
que mês é seguro a gestante dirigir. Há quem ache melhor grávidas não
dirigirem e quem diga que é possível conduzir um carro até o oitavo mês.
Como o Código de Trânsito Brasileiro não faz restrições a condutoras
grávidas, todas as contraindicações são apenas médicas.
Recomendações
Não dirija se sentir mal-estares de qualquer tipo ou se estiver com dores na coluna;
Dirija em velocidade moderada;
Não fique de estômago vazio antes de dirigir nem coma demais. A primeira situação pode provocar tontura e a segunda sonolência;
Não dirija logo após tomar medicamentos para enjoos, também por causa da sonolência;
Evite dirigir nos dias muito quentes e nos de frio excessivo;
Evite trajetos longos;
Evite dirigir à noite;
Se houver volante móvel, coloque-o para cima e para frente, ao entrar e sair do automóvel.
“O estado emocional da grávida fica alterado. Ela está mais sensível,
distraída, mais preocupada com a gestação e com o filho”, afirma a
pediatra, neonatologista e psicanalista Miriam Ribeiro de Faria
Silveira.
Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de
Tráfego Ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de
Tráfego), afirma que, se a mulher optar por continuar dirigindo, que
faça isso, no máximo, até o quinto mês de gestação. “E que sejam
trajetos curtos, porque há inúmeros fatores de risco.”
Diante da diversidade de opiniões, é importante que a gestante converse
com o médico que cuida do seu pré-natal. Ele é a pessoa mais indicada
para avaliar as condições físicas e psicológicas da mulher.
Fases da gestação
Problemas típicos dos primeiros meses da gravidez,
como náuseas, vômitos, alterações de pressão arterial (subida ou queda)
e aumento da sonolência, podem afetar a atenção e o reflexo da grávida
que dirige.
Mesmo que a mulher passe pela gestação sem sentir nenhuma alteração física significativa, ela tem de levar em conta que o próprio trânsito –com sua agressividade, nível de ruído, estresse, asfalto irregular– vai repercutir sobre o seu corpo e o do bebê, podendo provocar contraturas das fibras musculares, problemas circulatórios, aumento da frequência cardíaca e afetar a aderência da placenta ao útero. “A postura de motorista também não é a mais ergonômica para quem tem uma barriga em crescimento”, afirma Alves Junior, da Abramet.
Mesmo que a mulher passe pela gestação sem sentir nenhuma alteração física significativa, ela tem de levar em conta que o próprio trânsito –com sua agressividade, nível de ruído, estresse, asfalto irregular– vai repercutir sobre o seu corpo e o do bebê, podendo provocar contraturas das fibras musculares, problemas circulatórios, aumento da frequência cardíaca e afetar a aderência da placenta ao útero. “A postura de motorista também não é a mais ergonômica para quem tem uma barriga em crescimento”, afirma Alves Junior, da Abramet.
A partir do sexto mês, com o crescimento do volume abdominal e a
proximidade com o volante, até mesmo pequenas desacelerações podem
causar danos à futura mãe e ao feto, levando até ao parto prematuro.
Também nessa fase, a ansiedade natural pelo nascimento da criança pode
afetar o julgamento da mulher diante de situações de perigo iminente.
Dentro do carro
Obrigatório por lei e item indispensável à segurança, o uso do cinto
vai requerer alguns cuidados especiais por parte da grávida motorista.
Saber usá-lo é importante para evitar que, por exemplo, em uma frenagem
brusca, tanto a mãe quanto o bebê se machuquem.
O recomendável é passar a faixa diagonal do cinto pelo meio do ombro e
entre os seios, deixando-a na lateral do abdômen. O dispositivo não pode
ser usado sobre a barriga, porque a pressão pode comprimir o útero.
Também é necessário manter a faixa subabdominal tão baixa e ajustada
quanto possível, ao longo dos quadris e na parte superior das coxas. O
cinto não pode estar folgado, por isso nada de usar toalhas ou almofadas
entre o equipamento e o corpo.
O assento da grávida deve ficar o mais distante possível do volante
–com uma distância média de 15 a 20 centímetros–, mas com fácil acesso a
ele e aos pedais. Os braços devem permanecer semiflexionados e a visão
frontal tem de ser ampla.
Observando as orientações sobre a distância entre o assento e o
volante, se o carro tiver "airbag", não o desative. Segundo a Abramet, o
dispositivo protege em 100% dos casos de lesões traumáticas e viscerais
quando combinado com o cinto de três pontos.
Autoescola
Não há no Código Brasileiro de Trânsito restrição à participação de
gestante em aulas em autoescola e no exame para tirar a carteira de
habilitação. Mas, de acordo com a Abramet, vale a recomendação de até o
quinto mês de gravidez, desde que a mulher se sinta bem e confortável ao
volante.
Segundo a entidade, os exames para tirar a habilitação podem gerar
nervosismo e ansiedade. A futura mamãe, que já está naturalmente mais
sensível, ficará ainda mais suscetível a ter problemas de pressão,
alterações respiratórias e na frequência cardíaca, que serão sentidas
também pelo feto.
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