segunda-feira, outubro 08, 2012

Médica explica como funcionam as técnicas de reprodução assistida


 
Muitas mulheres têm dificuldades para engravidar. A infertilização é um grande obstáculo para quem está ansiosa para se tornar mamãe. De acordo com Silvana Chedid, ginecologista, especialista em reprodução humana e diretora do Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI), a reprodução assistida pode ser a solução desse problema.

“Reprodução assistida é o nome que se dá para os tratamentos oferecidos a casais com problemas de infertilidade, desde os mais simples, que chamamos de baixa complexidade, como a inseminação intrauterina, até os mais complexos como a fertilização in vitro, mais conhecida como bebê de proveta”, explica Silvana.

Ela conta que a técnica mais simples é o coito programado, na qual a ovulação da mulher é controlada, assim como o ciclo, e o casal passa a ter relações principalmente no período detectado como o mais fértil. Também há a inseminação intrauterina. “Fazemos o controle da ovulação e no momento mais fértil, ao invés de o casal ter a relação sexual, é colhido o esperma do homem e pré-preparado em laboratório. Em seguida, por meio de uma pequena sonda, o esperma é colocado no útero da mulher”, explica. Outra forma de reprodução assistida é a fertilização in vitro, também chamada de proveta. Nela é feita uma estimulação da ovulação e os óvulos da mulher são aspirados. Enquanto isso é colhido o esperma do homem. “No laboratório se colocam os óvulos com os espermatozoides para ser realizada a fertilização. Nesse momento, os óvulos já são embriões, ficam em cultura e as células se multiplicam. Três dias depois da aspiração os embriões são recolocados no útero”, diz.

Silvana afirma que cerca de metade das causas está relacionada ao homem, quando pode haver uma alteração no espermograma, ou seja, na composição do sêmen e suas condições físicas. No caso das mulheres pode ser por conta de alterações na ovulação, como a endometriose e o ovário policístico, além de outros fatores. Também é comum casos em que o casal é infértil.

“Nenhum dos tratamentos tem 100% de sucesso. Muitas vezes o casal precisa tentar vários meses com a mesma técnica para ter um resultado efetivo”, diz Silvana. Ela afirma que a fertilização in vitro é a mais sofisticada, principalmente quando usada uma técnica denominada, em inglês, Intra Cytoplasmic Sperm Injection (ICSI), ou seja, quando o espermatozoide é injetado diretamente no óvulo da mulher.

Quando se opta pela reprodução assistida é possível verificar precocemente se o bebê tem alguma doença. “Há uma técnica, chamada diagnóstico genético pré-implantação, na qual se faz uma biópsia do embrião antes de ele ser colocado no útero. Por meio dela é feita uma análise dos cromossomos para saber se eles são normais ou não”, explica Silvana.

De acordo com a especialista em reprodução humana, não há restrições à quantidade de vezes possível de se utilizar do processo. Ela diz que o que pode acontecer é a idade restringir a possibilidade de usar o óvulo da própria mulher. “Se ela tiver mais de 45 anos e já estiver na menopausa não será possível fazer a fertilização in vitro. Para isso, seria necessário usar o óvulo de uma doadora”, conta.

Silvana explica quando o casal deve procurar ajuda para saber se é infértil. “Se estiver tentando engravidar, com relações regulares e sem o uso do anticoncepcional, e não tiver êxito em um ano já se deve iniciar a pesquisa para encontrar a causa da dificuldade. 80% dos casais conseguem a gravidez nesse período espontaneamente”, recomenda. Ela ainda indica que se a mulher tiver mais de 35 anos de idade, a investigação deve ser feita se não houver êxito após seis meses de tentativa.

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