- O consumo exagerado de álcool prejudica o sistema neurológico, retardando instintos e reflexos e alterando os pensamentos e a memória, além de reduzir a sensibilidade das mãos, pernas e pés
Está aberta a temporada de confraternizações e comemorações de fim de
ano, regada às vezes por exageradas doses etílicas. Nestas ocasiões,
muita gente tem uma receita caseira "infalível", ainda que bizarra, para
prevenir ou curar a ressaca.
Acima de tudo, é preciso alertar que o consumo exagerado de álcool – seja diário ou esporadicamente em grandes quantidades – traz diversos prejuízos à saúde. "Afeta o funcionamento do fígado, reduz a sensibilidade das mãos, pernas e pés, causa irritação no estômago, provocando gastrite, vômitos e até perfurações no órgão" afirma Paula Volpe, gastrocirurgiã do Hospital 9 de Julho.
"Além disso, prejudica o sistema neurológico, retardando instintos e reflexos e alterando os pensamentos e a memória", acrescenta. Portanto, vale lembrar sempre: beba com moderação e, se beber, não dirija.
O excesso de álcool provoca euforia na fase inicial, ao estimular o sistema nervoso central, mas depois progride para sedação e depressão deste sistema, explica Ellen Paiva, endocrinologista e nutróloga do Citen - Centro Integrado de Terapia Nutricional.
Acima de tudo, é preciso alertar que o consumo exagerado de álcool – seja diário ou esporadicamente em grandes quantidades – traz diversos prejuízos à saúde. "Afeta o funcionamento do fígado, reduz a sensibilidade das mãos, pernas e pés, causa irritação no estômago, provocando gastrite, vômitos e até perfurações no órgão" afirma Paula Volpe, gastrocirurgiã do Hospital 9 de Julho.
"Além disso, prejudica o sistema neurológico, retardando instintos e reflexos e alterando os pensamentos e a memória", acrescenta. Portanto, vale lembrar sempre: beba com moderação e, se beber, não dirija.
O excesso de álcool provoca euforia na fase inicial, ao estimular o sistema nervoso central, mas depois progride para sedação e depressão deste sistema, explica Ellen Paiva, endocrinologista e nutróloga do Citen - Centro Integrado de Terapia Nutricional.
A ressaca abrange efeitos gástricos, hepáticos, neurológicos e sistêmicos originados pelo excesso de álcool no organismo. O famoso "gosto de cabo de guarda-chuva" na boca geralmente se dá pelos estragos no estômago e no fígado. "Eles são agravados pela desidratação, que não é apenas a perda de água, mas também de minerais importantes como sódio e potássio", observa Paiva.
Embriaguez
Já a queda de açúcar no sangue causada pela embriaguez priva os neurônios – já muito agredidos pelo etanol - da sua fonte de energia mais importante, a glicose. "A hipoglicemia associada à desidratação são realmente as principais causas da ressaca", explica a médica.
Hidratar-se antes, durante e depois de beber contribui para prevenir e combater o problema, afirmam os especialistas. "Além de água pura, água de coco e isotônicos ajudam a repor a perda de minerais", orienta Maristela Bassi, nutricionista da ADJ Diabetes Brasil. Já a glicose de frutas e doces contribui para repor o açúcar.
Alimentar-se bem antes de beber também é importante. "Com o estômago cheio, o álcool permanece no órgão por mais tempo e é processado mais lentamente, o que reduz os seus efeitos. O alimento também protege mucosa do estômago, diminuindo a acidez", afirma o médico Paulo Giorelli, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia - Rio de Janeiro.
No entanto, quando os efeitos no dia seguinte são intensos, principalmente com vômitos, é preciso recorrer ao pronto-socorro para receber a medicação adequada e evitar que a desidratação se agrave. Os especialistas lembram que o nível de tolerância ao álcool é absolutamente individual, portanto, a medida mais efetiva contra a ressaca é beber pouco ou nada.
Veja mitos e verdades sobre a ressaca
- Beber
água previne e combate a ressaca. VERDADE: a bebida alcoólica diminui a
concentração de água e sódio no intestino, portanto beber água previne a
ressaca, segundo Paulo Giorelli, presidente da Associação Brasileira de
Nutrologia no Rio de Janeiro. A nutricionista Maristela Bassi, da ADJ
Diabetes Brasil, lembra que o álcool é diurético, portanto a água
ingerida previne a dor de cabeça e a sensação de secura, além ajudar a
combater os tremores e a sensação de cansaço. Já para a gastrocirurgiã
do Hospital 9 de Julho, Paula Volpe, a hidratação contribui para a troca
de líquidos do corpo Thinkstock
- Alimentar-se
bem previne a ressaca. PARCIALMENTE VERDADE: quando você se alimenta
antes de beber, o organismo aumenta o nível de glicose, que é a fonte de
energia reduzida pelo álcool. "A alimentação pode melhorar a tolerância
à bebida e reduzir a absorção alcoólica, entretanto, não previne nem
combate os sintomas da ressaca", diz Paula Volpe, gastrocirurgiã do
Hospital 9 de Julho Divulgação
- Doces
previnem e combatem a ressaca. PARCIALMENTE VERDADE: "Os doces podem
equilibrar um pouco a quantidade de açúcar no sangue", afirma Paulo
Giorelli, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia-RJ. "Prefira
goiabada e mel ao chocolate, que tem gordura e atrapalha a digestão",
orienta Maristela Bassi, nutricionista da ADJ Diabetes Brasil Eduardo Knapp/Folhapress
- Má
qualidade da bebida dá ressaca. MITO: algumas pessoas sentem dor de
cabeça ao ingerir bebidas de baixa qualidade. Mas outras têm o mesmo
sintoma ao ingerir bebidas alcoólicas de boa qualidade, observa a
gastrocirurgiã do hospital 9 de Julho, Paula Volpe Eduardo Knapp/Folhapress
- Beber
pouco evita a ressaca. MITO: beber pouco não é uma garantia para
prevenir a ressaca. "Depende da tolerância ao álcool de cada um", afirma
Paula Volpe, gastrocirurgiã do hospital 9 de Julho Zanone Friassat/Folhapress
- Não
misturar bebidas previne a ressaca. MITO: "Não misturar bebidas
fermentadas e destiladas talvez seja o maior mito sobre ressaca. Não há
problema na ingestão de um copo de cerveja, uma taça de vinho e uma
caipirinha quando a pessoa tem o hábito de beber, mas pode haver se
consumir grande volume alcoólico. O problema é muito mais comum em
bebedores amadores ou iniciantes, que dão vexame no final das festas",
afirma a endocrinologista e nutróloga do Citen, Ellen Paiva Patrícia Stavis/Folha Imagem
- Analgésicos
ajudam a curar a ressaca. VERDADE: a gastrocirurgiã do Hospital 9 de
Julho, Paula Volpe, confirma que ajudam a curar a dor de cabeça da
ressaca, mas, se usados em excesso, prejudicam o fígado. "A polêmica
maior está no uso de analgésico antes de beber. Para alguns, a medida dá
certo, mas para outros e dependendo do analgésico, a conduta é
totalmente ineficiente", comenta Ellen Paiva, endocrinologista e
nutróloga do Citen Shutterstock
- Antiácidos
contribuem para combater a ressaca. PARCIALMENTE VERDADE: "Os
antiácidos dão conforto ao estômago", diz a gastrocirurgiã do Hospital 9
de Julho, Paula Volpe. Já Ellen Paiva, médica do Citen, alerta que os
mesmos só podem ser ingeridos em tratamentos contra gastrites, pois não
há respaldo científico que comprove que esse alívio se deva ao
medicamento, com exceção dos casos de excesso de ácido gástrico Thinkstock
- Remédios
para enjoo funcionam na ressaca. VERDADE: os remédios para enjoo
(antieméticos) ajudam a controlar o sintoma. Mas, se houver vômitos, a
endocrinologista e nutróloga do Citen recomenda procurar um
pronto-socorro, para receber medicação intravenosa Shutterstock
- Descansar
ajuda a recuperar-se da ressaca. VERDADE: o descanso contribui para a
melhora dos sintomas da ressaca. "Neste estado, atividades físicas não
são recomendadas", alerta Paula Volpe, gastrocirurgiã do Hospital 9 de
Julho. "Muitas vezes, a posição de pé desencadeia baixa de pressão e
piora do mal-estar, náusea e vômito", acrescenta Ellen Paiva,
endocrinologista e nutróloga do Citen Thinkstock
- Café
amargo cura ressaca. MITO: os especialistas ouvidos nesta reportagem
esclarecem que a bebida, por ter cafeína, só ajuda a combater o estado
de moleza, fraqueza e mal-estar, daí a sensação de melhora. No entanto, a
bebida não hidrata (embora também não desidrate). Em todo caso, se for
tomar café, adoce, para repor a glicose. Dreamstime
- Chá
de boldo ameniza sintomas da ressaca. PARCIALMENTE VERDADE: a
gastrocirurgiã Paula Volpe, do Hospital 9 de Julho, afirma que não há
comprovação científica, mas algumas pessoas que relatam sensação de
estômago cheio e inapetência após consumir muito álcool, melhoram
ingerindo chá de boldo Sabor da Fazenda/Divulgação
- Refrigerante
contribui para curar a ressaca. MITO: "O refrigerante apenas deixa a
pessoa mais hidratada, mas não previne nem cura ressaca. O gás também
não traz mais conforto ao estômago", relata a gastrocirurgiã Paula
Volpe, do Hospital 9 de Julho. "Quando há irritação gástrica e vômitos
intensos, refrigerantes podem agravar o quadro, assim como qualquer
ingestão hídrica em grande volume", observa a endocrinologista e
nutróloga do Citen, Ellen Paiva Getty Images
- Água
de coco ajuda a vencer a ressaca. VERDADE: ajuda a curar a ressaca por
hidratar e repor glicose, potássio e fósforo perdidos na desidratação
pelo etanol, segundo Maristela Bassi, nutricionista da ADJ Diabetes
Brasil Thinkstock
- Ressaca
melhora com isotônicos. VERDADE: podem ser úteis no tratamento da
ressaca pelo teor de eletrólitos, essenciais na reposição dos sais
minerais. "Os isotônicos têm elevado conteúdo de sódio, mas ingeri-los
em situações pontuais não traz problema", diz Ellen Paiva,
endocrinologista e nutróloga do Citen Thinkstock
- Gengibre
reduz enjoos da ressaca. VERDADE: ajuda a combater a náusea, azia e má
digestão, afirma a nutricionista da ADJ Diabetes Brasil, Maristela
Bassi. Vale fazer chá, incluir no suco de melancia ou até chupar bala de
gengibre, apesar de não haver comprovação científica Thinkstock
- Hortelã
ajuda a vencer a ressaca. MITO: a nutricionista Maristela Bassi, da ADJ
Diabetes Brasil, diz que a planta é popularmente conhecida como
digestivo, mas a evidência científica é baixa. "Como qualquer outro chá,
pode ajudar apenas como hidratante", observa Ellen Paiva,
endocrinologista e nutróloga do Citen Maria do Carmo/Folha Imagem
- Cavalinha
contribui para combater a ressaca. VERDADE - Chá de cavalinha ajuda a
combater a ressaca por ser digestivo, segundo Maristela Bassi,
nutricionista da ADJ Diabetes Brasil. Ela recomenda adicionar açúcar
para repor a glicose e beber água além de qualquer chá, pois os chás são
diuréticos. Mesmo assim, não há comprovação científica Flávio Florido/Folhapress
- Ressaca
melhora com o consumo de carboidratos. VERDADE: se os sintomas
permitirem, alimente-se com carboidratos como pão e macarrão, que são
convertidos em glicose pelo organismo e ajudam a repor o açúcar,
recomenda a nutricionista Maristela Bassi, da ADJ Diabetes Brasil Divulgação
- Um
copo de cerveja pode rebater a ressaca. MITO: segundo a gastrocirurgiã
Paula Volpe, do Hospital 9 de Julho, beber cerveja ou outra bebida
alcoólica não ajuda a curar a ressaca, nem é recomendável, pois o
organismo precisa se desintoxicar. "As pessoas que fazem isso, na
verdade, não estão de ressaca e são aquelas que têm uma grande
tolerância ao álcool", comenta Ellen Paiva, endocrinologista e nutróloga
do Citen Eduardo Knapp/Folhapress
- Suco
de tomate ajuda a combater a ressaca. PARCIALMENTE VERDADE: os
especialistas afirmam que não é recomendado, pois é muito ácido para o
estômago. Mas Ellen Paiva, endocrinologista e nutróloga do Citen diz
que, não se sabe o motivo, mas a bebida temperada com uma pitadinha de
sal ajuda muita gente. Para Paula Volpe, médica do Hospital 9 de Julho,
pode contribuir para a hidratação, como qualquer suco Rogério Canella/Folhapress
- Fumar
piora a situação. VERDADE: "Fumar pode piorar qualquer situação já
calamitosa. Geralmente, quando abusamos do álcool, abusamos também do
tabaco. Ele piora a náusea, as agressões ao estômago e a oxigenação do
sangue", alerta Ellen Paiva, médica do Citen Shutterstock
- Um
remédio antes e outro depois de beber funciona. MITO: segundo Paulo
Giorelli, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia-RJ, não
existe nenhum medicamento com comprovação científica para prevenir a
ressaca. "Na melhor das hipóteses diminuem os sintomas", afirma a médica
do Hospital 9 de Julho, Paula Volpe Thinkstock
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