Veja mitos e verdades sobre alimentos congelados
- O
congelamento retarda a deterioração dos alimentos. VERDADE: ele impede o
desenvolvimento de micro-organismos que poderiam estragar a comida. A
razão é que a água dos alimentos é convertida em cristais de gelo e,
dessa forma, fica indisponível para o crescimento desses micróbios que
necessitariam dela para se proliferar. "As propriedades nutricionais,
assim como a cor, o sabor e a textura, igualmente permanecem
inalterados", destaca o nutricionista Gabriel Cairo Nunes Adriano Vizoni/folha Imagem
- Os
alimentos perdem grande parte dos nutrientes quando congelados. MITO: o
impacto sobre o valor nutricional é mínimo. Nas carnes, nas aves e nos
peixes, por exemplo, o congelamento praticamente não afeta o conteúdo de
proteínas, vitaminas e minerais. "A baixa, desprezível, ocorreria
durante o processo pelos fluidos do descongelamento, ou seja, o
derretimento da água", explica o nutrólogo André Zamarian Veinert. "Se
você congela um suco de laranja, por exemplo, perderá vitamina C, porém
numa proporção insignificante", afirma o nutricionista Gabriel Cairo
Nunes Thinkstock
- Alguns
alimentos não devem ser congelados. VERDADE: embora o congelamento não
traga efeitos negativos para a segurança de nenhum alimento, alguns
perdem a textura, a firmeza e o aspecto sensorial e gustativo. Anote
quais são: tomate, batata, pepino, rabanete, salsão, verdura de folha
(alface, agrião, rúcula), banana, pera, ovo com casca, iogurte, creme de
leite, maionese, queijos cremosos e macarrão sem molho Karime Xavier/Folhapress
- Qualquer
produto só pode ser congelado uma vez. VERDADE: se congelar e
descongelar, não haverá garantia quanto à segurança para o consumo.
Ocorre que, durante o descongelamento, o produto pode ser contaminado
com um crescimento microbiano. Além disso, ele perde água e, com ela,
nutrientes. "Por fim, haverá alteração nas propriedades organolépticas,
ligadas aos sentidos como cor, textura, sabor, cheiro", ressalta o
nutricionista Gabriel Cairo Nunes Michel Lipchitz/AP
Qualquer
fruta pode ser congelada. PARCIALMENTE VERDADE: alguns itens, embora
não se estraguem com o procedimento, perdem suas características, como
textura e firmeza e, por isso, não deveriam ir para o freezer. Dentre
eles, há frutas como banana e pera. "Também não aconselho congelar
melancia, goiaba, uva, laranja e limão", acrescenta o nutrólogo André
Zamarian Veinert. Em relação às que podem receber o resfriamento máximo,
a indicação é, antes, limpá-las bem e, se possível, retirar os caroços.
E, claro, armazená-las na quantidade exata para o consumo imediato Thinkstock
- Há
um tempo máximo, limite, para o congelamento.VERDADE: os alimentos
podem permanecer no freezer doméstico entre um a 12 meses, dependendo do
produto, sem que percam qualidade. Os rótulos, em geral, trazem o tempo
máximo de congelamento, e isso deve ser respeitado Mateus Bruzel/Folhapress
- Quanto
mais rápido o alimento for congelado e mais devagar for descongelado,
melhor. PARCIALMENTE VERDADE: a afirmação só tem razão de ser em relação
ao aspecto sensorial e organoléptico, isto é, que diz respeito aos
sentidos (cor, brilho, paladar, odor, textura). "Mas, quanto ao valor
nutricional, não muda nada", assegura Gabriel Cairo Nunes Eduardo Anizelli/Folah Imagem
- A
vantagem de congelar um alimento é que, no processo de resfriamento, as
bactérias são mortas. MITO: ao contrário do que muitas pessoas pensam, o
frio não mata bactérias. "Elas apenas ficam em um estado inativo.
Quando a temperatura subir, voltarão à atividade", explica o
nutricionista Gabriel Cairo Nunes. O que o frio faz é inibir o
crescimento de microorganismos e retardar as reações químicas que
provocam a deterioração dos alimentos. "No congelamento industrial,
alguns legumes e frutas são escaldados, quer dizer, imersos em água
fervente por um curto período. Isso antes de serem congelados, para
inativar microorganismos que poderiam continuar realizando danos ao
alimento", destaca o nutrólogo André Zamarian Veinert Thinkstock
- Devemos
retirar o ar das embalagens que serão congeladas. VERDADE: alguns
micro-organismos podem se reproduzir neste meio e, quanto menos
oxigênio, melhor. Como dito antes, tais micróbios não morrem no degelo e
o ar é um excelente meio para reprodução dos mesmos. "Por isso, a
retirada de ar das embalagens dificulta a proliferação e retarda o
processo de deterioração dos alimentos", explica André Veinert Eduardo Anizelli/Folha Imagem
- O
ideal é congelar porções que possam ser utilizadas de uma só vez.
VERDADE: acomodando, em sacos plásticos ou recipientes tipo tuppeware,
apenas a quantidade que será ingerida na refeição, você evita
descongelar partes que não serão consumidas. Digamos, por exemplo, que
fez uma carne assada e quer levá-la ao freezer: caso não a divida em
porções, terá que tirá-la inteira, de uma só vez, deixando o que sobrar
na geladeira. O que não for consumido, irá para o lixo. Então, congelar
em bocados é prático e evita desperdícios Adriano Vizoni/Folha Imagem
- Para
congelar hortaliças, devemos lavá-las antes. VERDADE: o nutricionista
Gabriel Cairo Nunes recomenda o cuidado, para aumentar a higiene destes e
de outros alimentos que estão no congelador. Há, inclusive, uma técnica
para fazer isso de forma simples: branqueamento, que nada mais é do que
uma lavagem rigorosa. O sistema inibe a ação de enzimas envolvidas no
amadurecimento do alimento fresco e, dessa forma, verduras e legumes têm
seu tempo de utilização prolongado sem prejuízo para características
como sabor, cor e textura. O passo a passo do método inclui: lavar bem;
cortar em cubos ou rodelas; mergulhar em uma panela com água fervente
por dois a seis minutos; retirar e levar imediatamente a um recipiente
com água gelada (contendo cubos de gelo) por dois a seis minutos;
escorrer com auxílio de uma peneira; espalhar as hortaliças em um
recipiente plano e levá-las ao freezer. Após o congelamento, retirar e
embalar em saquinhos próprios, removendo todo o ar de dentro, e devolver
ao freezer Getty Images
- A
melhor maneira de descongelar um alimento é deixá-lo na temperatura
ambiente - em cima da bancada, por exemplo. MITO: conforme explica o
nutricionista Gabriel Cairo Nunes, a forma correta é levá-lo à geladeira
por 12 horas. "Assim, ficará mais seguro para o uso, livre de
micro-organismos e, como perderá menos água, terá seu sabor conservado".
Em outras palavras, o degelo deve ser gradual e feito sob refrigeração
porque, durante o aumento de temperatura, há risco de crescimento de
bactérias Eduardo Anizelli/Folha Imagem
- Alimentos
pré-preparados, que vão para o freezer, devem receber pouco tempero.
MITO: "Não há regras para isso. Temperando antes ou depois do
congelamento, pode-se agregar bastante sabor", diz o nutricionista
Gabriel Cairo Nunes. André Zamarian Veinert concorda, acrescentando que o
momento do tempero não influencia nem altera as peculiaridades do
alimento. "Você pode fazer uma peça de carne com molho, já temperada
adequadamente, e congelá-la em pequenas porções em sacos próprios.
Quando descongelar, estará perfeita para o consumo. Dica: dê preferência
a condimentos naturais como cebola, alho, salsinha e cebolinha, que
conferem ótimo gosto" Thinkstock
- A
carne deve ser congelada inteira, com a gordura. MITO: embora não haja
um critério definido, o ideal é limpar carnes (de boi, ave ou peixe) e
retirar as partes não comestíveis, inclusive a gordura. E, importante,
armazenar em porções, na quantidade em que serão consumidas Newton Santos/Hype
- Quando
o freezer estiver cheio, é preciso diminuir a temperatura. VERDADE:
teoricamente, os congeladores, mesmo completos, devem ser capazes de
congelar e manter assim todos os alimentos. "Mas, se estiver cheio
demais, convém diminuir a temperatura", diz o nutricionista Gabriel
Cairo Nunes. Alguns eletrodomésticos, inclusive, trazem um botão, na
parte de fora, para ser acionado, e intensificar a capacidade de
resfriamento, quando houver muita comida dentro Antonio Gaudério/Folhapress
- Tanto
faz congelar em um recipiente de vidro, plástico ou papelão. MITO:
nutricionistas insistem para que o acondicionamento seja feito de forma
apropriada: em sacos de congelamento ou recipientes de plástico
adequados. "O plástico permite que se retire quase todo o ar. Assim,
assegura a proteção do alimento e a prevenção de queimaduras pelo frio",
afirma o nutricionista Gabriel Cairo Nunes. Importante: o uso de potes
impróprios não isola o meio externo. "Papelões não vedam o interior, e
podem grudar na comida na hora do degelo. Vidros, igualmente, não
apresentam sistema de vedação perfeita. Com isso, pode haver
deterioração precoce", completa o nutrólogo André Veinert. No final, não
se esqueça de colocar uma etiqueta contendo data de fabricação e data
de validade Marcelo Justo/Folha Imagem
- Não
se deve introduzir comidas quentes no freezer. VERDADE: se fizer isso, a
temperatura do congelador é alterada (aumenta), afetando o resfriamento
dos outros alimentos. Sem falar que o ato, ao roubar energia do
eletrodoméstico, faz subir o gasto de luz. E tem mais: nunca lote
completamente o eletrodoméstico, impedindo o ar de circular normalmente.
Procure ocupar no máximo 75% da capacidade Studi Equipe/Divulgação
- Não
faz mal cozinhar alimentos que ainda não estão completamente
descongelados. MITO: o ideal é que seja descongelado por inteiro antes
de ir para o fogo. "O cozimento não traria malefícios, mas deixaria o
procedimento mais lento e se daria de maneira não uniforme. E o alimento
soltaria mais água", diz o nutrólogo André Zamarian Veinert,
recomendando tomar cuidado com frituras em imersão: como água e óleo não
se misturam, a probabilidade de espirrar óleo quente pelo contato com a
água é grande, causando queimaduras Thinkstock
- Uma
boa maneira de apressar o degelo é usar água corrente em cima do
alimento. MITO: "No máximo, deixe-o menos tempo descongelando na
geladeira, mas nunca use água corrente. Ela pode conter micro-organismos
e outras substâncias maléficas, que passarão para a comida", diz
Gabriel Cairo Nunes Thinkstock
- O
ideal, no processo de degelo, é retirar o produto do freezer um dia
antes, com 24 horas de antecedência. MITO: "Isso pode ser feito, desde
que o produto fique na geladeira, obviamente, mas não é necessário. É
melhor deixar da noite para o dia, em torno de 12 horas", aconselha o
nutricionista Gabriel Cairo Nunes Adriano Vizoni/Folha Imagem
- Por
mais que haja vantagem na comida congelada, nada é mais saudável do que
uma refeição fresca. VERDADE: a comida feita na hora é mais gostosa,
conserva todas as suas características como sabor, cor, textura, cheiro e
contém um pouco mais de nutrientes Divulgação
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