segunda-feira, junho 18, 2012

Enfermeiros são peças chave para promover o aleitamento natural


É imperativo que as futuras mães sejam muito bem informadas sobre a importância do leite materno. Essa educação deve começar na adolescência e, durante o período de gravidez, deve ser reforçada. Para Şenay Çetínkaya, professora doutora da Çukurova University (Turquia), o único profissional que é qualificado o suficiente, por ter sessões de treinamento intensivo e pela experiência cara-a-cara com os pacientes e famílias, é o enfermeiro. 

Segundo a especialista, os enfermeiros devem começar o incentivo do aleitamento materno logo nos primeiros cinco minutos após o nascimento. Essa responsabilidade é grande e recai, principalmente, sobre os enfermeiros pediátricos. 

“Igualmente importante é apoiar, treinar e ajudar a mãe sobre a amamentação. Os enfermeiros devem ensinar que a alimetação do bebê até o sexto mês deve ser feita apenas com o leite materno. Só a partir dai deve ser realizada a ingestão de dietas suplementares. A UNICEF sugere, porém, manter os bebês com o leite materno até os dois anos”, explica. 


Alimentação adequada 


O monitoramento da criança, avaliação do seu desenvolvimento e o acompanhamento 24h da sua nutrição são tarefas importantes para saber se eles foram ou não alimentados adequadamente, de acordo com sua idade cronológica. Para um cuidado confiável, Senay explica que é conveniente agrupar os principais deveres dos enfermeiros, em relação à alimentação dos recém-nascidos, em duas seções:durante alimentação e após alimentação. 

Segundo ela, é muito importante, por exemplo, que os enfermeiros saibam muito bem sobre alimentação enteral e técnicas de cuidado. “Técnicas de nutrição dos recém-nascidos, como técnicas de alimentação enteral (alimentação por via oral, sucção assistida), nutrição enteral mínima (nutrição trófica), nutrição com gavagem, alimentação com gastrostomia e alimentação parenteral estão entre os métodos aos quais os enfermeiros têm de prestar muita atenção durante o cuidado de saúde infantil”, ressalta. 

De acordo com a especialista, os cuidados de enfermagem na nutrição enteral incluem: identificar pacientes de alto risco; observar indicações para a desnutrição, o gerenciamento confiável de alimentação enteral; avaliar e considerar os riscos de complicações relacionadas com a nutrição, entre outros.“A alimentação do recém-nascido, basicamente, destina-se para satisfazer as necessidades fundamentais e apoio ao desenvolvimento infantil”, destaca. 

De acordo com Senay, os enfermeiros de recém-nascidos devem realizar controles sistemáticos para identificar se a criança está pronta para a nutrição oral. “A observação desta tarefa é uma das partes principais de abordagem de enfermagem”. 


A alimentação com fórmulas 


Senay também lembra que fórmulas de alimentação podem ser inevitáveis nos casos em que o bebê é prematuro ou tem alguma doença. “Nesses casos, os nutrientes não devem ser administrados usando um pistão injetor, o que pode mexer na pressão. Correspondentemente, o conteúdo do estômago pode cair no esôfago, e a criança aspirar”, explica. 

Segundo a professora, a relação de fluxo de nutrientes deve ultrapassar 5 mm de 5-10 minutos para os recém-nascidos prematuros e jovens. Ela destaca que seguir as técnicas assépticas é fundamental para os casos de alimentação por sonda nasogástrica ou parenteral. “Em unidades de terapia intensiva neonatal o número de enfermeiros deve ser ajustado de acordo com o número de pacientes. Enquanto em alguns casos, pode ser encontrado um enfermeiro por três incubadoras, em situações de alto risco em geral, esta relação deve ser um-para-um”, ressalta. 

A especialista diz que, idealmente, os enfermeiros de recém-nascido em clínicas de cuidados intensivos são amorosos, tolerantes, capazes de observar e de atualizar seus níveis de conhecimento. “Sempre que possível, esse pessoal deve ser seleccionado de entre os que têm especialização em enfermagem pediátrica e que já possuem cinco anos de experiência de trabalho, no mínimo”, argumenta. 

Por fim, a professora alerta que as mães que não adquirem conhecimento suficiente do pessoal de saúde podem buscar métodos diferentes de nutrição. “Os meios de comunicação têm um impacto sobre as escolhas de decisão da mãe, incluindo os métodos de nutrição. Os enfermeiros devem tomar todas as precauções para que as mães não sejam enganadas pelos incentivos dos comerciais de TV”, ressalta.


Conteúdo Complementar


Veja o texto de - Evanguelia Kotzias Atherino dos Santos, “Aleitamento materno e alimentação complementar” do PROENF – Saúde da Criança e do Adolescente (Ciclo 1, Módulo 3). De acordo com a autora: “apesar de o ser humano, ao longo da história da humanidade, usufruir dos benefícios do aleitamento materno para a preservação de sua espécie, durante milhões de anos, esse tema era considerado irrelevante até o alvorecer e os meados do século passado e, por isso, despertava pouco interesse dos estudiosos e clínicos. As qualidades do leite humano, sua importância e vantagens, bem como o manejar adequadamente as diferentes fases desse processo, além dos aspectos políticos, sociais e culturais, eram pouco explorados e, por isso mesmo, eram praticamente desconhecidos e nem sempre compreendidos. Graças aos progressos da ciência e à infindável série de inovações tecnológicas, que transformam o modo que os seres humanos conduzem suas vidas e encaram a realidade, foi possível acumular muitos dados sobre a amamentação materna. Atualmente, sabe-se que essa prática, entendida como uma questão social ampla, é uma oportunidade sem igual para o desenvolvimento social, pois indica as condições de vida da mulher e da criança. A amamentação constitui-se não apenas em um modo inigualável de fornecer o alimento ideal para o crescimento e desenvolvimento saudáveis do ser lactente, mas também, como fator de influência biológico - emocional sem comparação acerca da saúde integral da mãe e da criança.”

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